Combatendo a excessiva burocracia: Governo Federal quer reduzir tempo de abertura e fechamento de empresas

Quanto tempo demora para abrir ou fechar uma empresa no Brasil? Quantos impostos o empresário vai ter que recolher e qual o peso da carga tributária sobre os custos do negócio? Qual o tamanho da burocracia para obter licenças de construção e instalação de energia elétrica dos empreendimentos?

 

Essas e outras perguntas fazem parte de uma avaliação anual do Banco Mundial para medir o ambiente de negócios de 190 países. O levantamento, chamado Doing Business, analisa 10 indicadores e classifica os países com nota de 0 a 100. Quanto mais próximo da pontuação máxima, melhor o ambiente de negócios. O Brasil ocupa uma posição tímida no ranking, apenas o 109º lugar,com 60,01 pontos, atrás de países como o México, a Colômbia e Costa Rica. O presidente Jair Bolsonaro já anunciou a meta de levar o país para a lista dos 50 mais bem classificados até o fim do seu mandato, em 2022. Para definir estratégias de como chegar lá, representantes do banco se reuniram nesta semana com integrantes do governo no Palácio do Planalto.

 

“Não há como a gente entender a lógica de um país que é a oitava economia do mundo e ocupar a 109ª posição para ambiente de negócios”, afirmou o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Floriano Peixoto (foto), em entrevista à Agência Brasil. Para o ministro, as pessoas que desejam empreender ainda são muito penalizadas pela burocracia do país.

 

“O cidadão que deseja construir uma empresa, fisicamente, demora muito para obter um alvará, para obter uma [ligação de] energia, para tratar questões de crédito e insolvência e mesmo para fechar um negócio. São áreas em que estamos constituindo grupos de trabalho específicos para propor e levar recomendações de melhoria”, acrescenta.

 

Metas  

 

Ao todo, o governo criou cinco grupos temáticos, com a participação representantes da sociedade civil, do próprio Banco Mundial, além de técnicos da Receita Federal, Comissão Valores Mobiliários (CVM) e do Ministério da Economia, todos sob a coordenação da Secretaria Especial de Modernização do Estado, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência. Cada grupo deve se debruçar sobre cinco dos indicadores avaliados no relatório Doing Business: obtenção de eletricidade, registro de propriedades, abertura de empresas, obtenção de alvará de construção e pagamento de impostos.

 

“Essas ações vão trazer resultados concretos, como a diminuição do tempo de abertura de empresas, menos burocracia para obtenção de registros, licenças para instalação de novos empreendimentos industriais e comerciais. É preciso facilitar a jornada do cidadão”, afirma Márcia Amorim, secretária especial de Modernização do Estado.

 

A secretária especial de Modernização do Estado, Marcia Amorim, vai dirigir órgão para agilizar serviços públicos ao cidadão
A secretária especial de Modernização do Estado, Marcia Amorim – José Cruz/Arquivo Agência Brasil

 

Perguntada sobre a meta do governo federal para reduzir o tempo de abertura de empresas no país, que varia de estado para estado, ela é assertiva: “A gente quer trazer essa meta para o tempo mais rápido possível. Se for possível em uma hora ou em até um dia, essa será nossa meta”, projeta.

 

Burocracias

 

A meta estipulada pela secretária é ambiciosa. Segundo o ultimo relatório do Doing Business, que capta dados em São Paulo e no Rio de Janeiro, o tempo médio de abertura de uma empresa na capital paulista é de cerca de 18 dias, mas em alguns estados, como o Rio Grande do Sul e o Distrito Federal, esse tempo médio ultrapassa os quatros meses. São exigidos 11 procedimentos, que começam na prefeitura municipal e terminam em órgãos estaduais.

 

Em países como a Nova Zelândia, por exemplo, o tempo médio de abertura de empresas é de apenas algumas horas e somente um procedimento é exigido. Na média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne algumas das economias mais desenvolvidas do mundo, o tempo de abertura de um empreendimento é pouco mais de uma semana e menos de cinco procedimentos são exigidos.

 

Se é difícil abrir uma empresa, a dor de cabeça para fechar um negócio costuma ser ainda pior. No Brasil, segundo o Banco Mundial, resolver a insolvência de um negócio dura, em média, cerca de quatro anos. Na Irlanda, dura menos de seis meses. Na média de países da OCDE, não ultrapassa dois anos.

 

“Nem todas as reformas são em nível federal, você vai precisar claramente de reformas em nível estadual e nas prefeituras, que estão na ponta dos serviços que fazem parte do indicador”, afirma Rafael Muñoz, coordenador da área econômica do Banco Mundial para o Brasil. Segundo ele, o indicador em que o Brasil tem mais dificuldade é o de pagamento de impostos.

 

“Fica ainda muito difícil pagar impostos num sistema fragmentado, o que provavelmente requer reformas estruturais para resolver o problema”, diz. São pelo menos 10 tipos diferentes de impostos pagos por ano no Brasil, contra três em Hong Kong, por exemplo. Mas o fator que mais causa impacto é o peso da carga tributária. No Brasil, isso representa 64,7% sobre o lucro do negócio, contra 46,7% da média de países América Latina e Caribe e 39,8% em relação aos integrantes da OCDE.

 

Apesar do longo caminho, o Brasil pode se inspirar em outras economias emergentes, como a Índia, que em apenas dois anos conseguiu subir 53 posições no ranking Doing Business, segundo Rafael Muñoz, do Banco Mundial.

 

“É factível fazer uma grande melhora no ambiente de negócios. No caso da Índia, que é uma federação, como o Brasil, o governo central engajou fortemente os estados na aprovação de reformas, incluindo uma grande reforma tributária nas regras do imposto sobre valor agregado”, afirma.

 

Fonte: Agência Brasil

 

Associação Comercial e Industrial de Campo Grande realiza mutirão de negociação para o setor habitacional

Consumidores com pagamentos em atraso com a imobiliária Financial podem renegociar seus débitos durante o Mutirão de Negociação, que será realizado na Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) de 8 a 12 de abril.

 

Serão ofertadas condições flexíveis, como oportunidades de parcelamento e redução de juros, aos clientes que possuem débitos relacionados a loteamentos, adquiridos com a imobiliária. Informações sobre descontos para pagamento à vista podem ser obtidas no local.

 

Para participar, é necessário comparecer à sede da ACICG, localizada na Rua Quinze de Novembro, 390, Centro, portando documento pessoal com foto. O atendimento será realizado das 13h às 17h.

 

Sobre os mutirões

 

Para auxiliar empresas e consumidores, a ACICG promove mutirões de negociação e conciliação de dívidas. São eventos que auxiliam o comércio na recuperação de crédito para os inadimplentes, aquecendo a economia e os reintroduzindo ao mercado consumidor.

 

Em 2018, foram realizados quatro mutirões de negociação, envolvendo concessionária de energia, conselhos de classe e instituições de ensino, totalizando mais de R$ 3 milhões em acordos. “Os eventos de negociação ajudam consumidores a retomarem o poder de compra no comércio e as empresas realizarem novos negócios. Por isso, estamos oferecendo esse serviço a todas as empresas associadas que precisem de ajuda”, explica a gestora de negócios da ACICG, Letícia Ribeiro.

 

Iniciativas que estimulem pessoas com contas em atraso a negociarem ajudam a reduzir índices de inadimplência. Na região Centro-Oeste, a inadimplência do consumidor caiu -3,9 % no acumulado em 12 meses (março de 2018 até fevereiro 2019 frente aos 12 meses antecedentes), de acordo com dados da Boa Vista. Já na avaliação mensal de janeiro com fevereiro desse ano, o indicador apresentou queda de -6,6% na região. Quando comparado o resultado contra o mesmo mês de 2018, o indicador ficou em -8,2%.

 

Novo marco de compras de TIC aumenta transparência e inibe fraudes

O Ministério da Economia publicou, na sexta-feira (5), o novo modelo para aquisições de bens e serviços de tecnologia do Poder Executivo Federal. Além de simplificar os procedimentos, as instruções normativas  Instrução Normativa nº 1, de 04 de abril de 2019 e Instrução Normativa nº 2, de 04 de abril de 2019 asseguram que a administração pública federal priorizará a melhoria dos serviços ao cidadão, aprimorando os investimentos no setor de TIC, que em 2018 movimentou mais de R$ 8 bilhões.

 

A Instrução Normativa nº 01 amplia a responsabilidade dos gestores públicos no processo de contratação e privilegia o planejamento, com ênfase na análise comparativa das soluções e nas justificativas das escolhas. Abrangendo aproximadamente 3.400 compras anuais, passa a ser obrigatória a transparência dos estudos técnicos preliminares na internet, mesmo quando se tratar de contrato com empresas públicas.

 

Para o secretário de Governo Digital, Luis Felipe Monteiro, essa medida acelera a transformação digital do governo federal, promove a transparência e qualifica a tomada de decisões. A medida ainda torna explícito o comando de que o governo adote os serviços em nuvem para expandir a capacidade dos seus sistemas de informação. “Só no Poder Executivo Federal temos mais de 130 centros de dados espalhados pelo Brasil, em geral caros, complexos de manter e ineficientes”, reforça o secretário.

 

Simplificação



A partir de agora, com a edição da IN 02, os mais de 200 órgãos que compõem a administração federal deverão submeter os processos de compras acima de R$ 28,6 milhões à aprovação do Ministério da Economia, que avaliará em detalhes a solução pretendida e o seu alinhamento com as metas de governo digital.

 

O novo modelo simplifica o processo ao incorporar o Plano Anual de Contratações e eliminar documentos – como o Plano de Inserção, o Plano de Fiscalização e o Plano de Capacidade – que demandavam muito tempo dos gestores sem garantir, na prática, melhores resultados.

 

Devido ao volume financeiro e à alta complexidade das soluções, a contratação de tecnologia tornou-se muito burocrática e alvo de fraudes no país. “Esta medida mudará esta realidade. Era ruim para todos: para o governo, para as empresas e principalmente para o cidadão”, avalia Monteiro.

 

 

 Fonte: Ministério da Economia

França quer proteger suas commodities do Mercosul, diz presidente Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro demonstrou otimismo com a assinatura de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, mas citou a resistência da França em relação à eventual redução de tarifas para o comércio de commoditiesentre os dois blocos.

 

“A questão do Mercosul com a Europa, a França que está dando contra, porque ela quer proteger as suas commodities. Se chegar num meio termo, a gente assina o Mercosul com a Europa, sem problema nenhum”, afirmou sexta-feira (5) em entrevista no Palácio do Planalto, após participar da inauguração do espaço de atendimento da Ouvidoria da Presidência da República.

 

A União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai e Venezuela, que está temporariamente suspensa) negociam um acordo de livre comércio há 20 anos. A assinatura foi adiada durante todo esse período em razão, principalmente, da resistência de setores industriais e agrícolas dos dois lados.

 

Os agricultores franceses têm sido um dos grupos que mais se opõem à celebração de um acordo entre os dois blocos, por temerem a concorrência da carne brasileira em solo europeu.

 

Comunidade árabe

 

Bolsonaro também confirmou que deve visitar dois ou três países árabes no segundo semestre e ressaltou que seu governo quer priorizar o estabelecimento de relações comerciais com todos os países.

 

“A comunidade árabe é muito grande, votaram em mim em grande parte. Eu quero fazer negócio com o mundo todo. Acabou o viés ideológico”, disse.

 

 

Fonte: Agência Brasil