Setor automotivo cresce, mas não recupera perdas dos últimos anos, segundo o presidente da Anfavea

O crescimento que o setor automotivo vem registrando neste ano ainda não é suficiente para recuperar as perdas da indústria nos últimos anos, disse hoje (6) o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes.

 

“É um crescimento muito pequeno ainda para recuperar todas as perdas que tivemos no período de 2014 a 2016”, afirmou Moraes durante a apresentação dos resultados do setor. De acordo com o presidente da Anfavea, nesse período, as montadoras enfrentaram retração de cerda de 40%.

 

Ele disse que a retomada da produção e das vendas está sendo possível devido à melhora no cenário econômico do país. “No caso do mercado interno, o crédito disponível vem aumentando e o índice de inadimplência está melhor. A gente está vendo também locadoras que têm renovado suas frotas”, acrescentou.

 

Moraes enfatizou, entretanto, que “ainda é muito pouco” para que a indústria volte ao patamar anterior àa crise. Para ele, é preciso que o país btenha um crescimento econômico mais robusto. “A gente precisa de mais PIB [Produto Interno Bruto]”, afirmou.

 

Na terça-feira (4), o Banco Mundial reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira.  Segundo o Relatório de Perspectivas Econômicas Global, a previsão para a expansão do PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país, neste ano, foi reduzida em 0,7 ponto percentual e ficou em  1,5%.

 

Crescimento da indústria

 

O balanço da Anfavea mostra que a produção de veículos teve alta de 29,9% em maio, em comparação com o mesmo mês de 2018. Foram montados ao longo de maio 275,7 mil unidades, contra 212,3 no mesmo período do ano passado. Em relação a abril, o crescimento na fabricação foi de 3,1%.

 

No acumulado de janeiro a maio, o setor registrou uma expansão de 5,3% em comparação com os primeiros cinco meses de 2018. Foram fabricados neste ano 1,24 milhão de veículos, enquanto no mesmo período do ano passado foram 1,17 milhão de unidades.

 

As vendas de veículos tiveram alta de 21,6% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram comercializadas no período 245,4 mil unidades. Em relação a abril, o crescimento nos emplacamentos foi de 5,8%. No resultado acumulado dos primeiros cinco meses de 2019, foram licenciados 1,08 milhão de veículos, uma expansão de 12,5%.

 

A fabricação de caminhões cresceu 51,3% em maio, com a montagem de 11,2 mil unidades. No acumulado de janeiro a maio, o setor cresceu 10,9% em relação ao mesmo período de 2018, com a produção de 45,4 mil caminhões.

 

De acordo com Luiz Carlos Moraes, a expansão do setor de caminhões está sendo puxada pelo segmento extrapesado. “Mas nós já começarmos a ver outros setores, semipesado e leve, começando a crescer. Isso significa que outros segmentos de distribuição urbana estão começando a renovar a sua frota.”

 

 

Fonte: Agência Brasil

Exportações

Segundo o levantamento da Anfavea, as exportações continuam em queda, devido à retração do mercado argentino, que compra 70% do que o Brasil vende ao exterior. As vendas para outros países caíram 30,7% no mês passado em comparação com maio de 2018.

Foram vendidas para o exterior 60,8 mil unidades. De janeiro a maio, foram vendidos para outros países 181,6 mil veículos, uma queda de 42,2% em relação aos 314,1 mil exportados nos primeiros cinco meses do ano passado.

Emprego

Apesar do crescimento da produção e comercialização, o nível de emprego no setor automotivo não aumentou na mesma proporção. Segundo o presidente da Anfavea, isso ocorreu porque as fábricas têm capacidade ociosa e não foram abertos mais turnos nas linhas de montagem.

O número de pessoas trabalhando na indústria automotiva registra retração de 1,8% em maio na comparação com o nível de emprego do mesmo mês de 2018. O último balanço aponta para 130 mil pessoas empregadas no setor, uma ligeira queda (0,2%) em relação a abril.

Ministério da Economia: Secretaria de Comércio Exterior atualiza estatísticas sobre as exportações de 2018

Com o objetivo de garantir a qualidade da informação divulgada e a transparência dos processos de compilação das estatísticas, a Subsecretaria de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior (Sitec), subordinada à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex/ME), reprocessou e atualizou os dados das exportações de 2018.

 

As alterações já implementadas para aperfeiçoar e desburocratizar os processos de exportação e importação geraram imprecisões em algumas informações tradicionalmente produzidas. Para aperfeiçoar a divulgação, há um trabalho conjunto da Sitec com a equipe do Portal Único. O reprocessamento do ano de 2018 é fruto desse trabalho.

 

De acordo com Herlon Brandão, subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, a revisão não impacta significativamente os totais agregados de 2018 divulgados anteriormente.

 

“Pequenas diferenças de valor serão notadas basicamente por causa de retificações naturais realizadas pelos próprios exportadores”, esclarece. “A Sitec continua avaliando permanentemente a qualidade dos dados oriundos do Portal Único e, caso necessário, providenciará novos reprocessamentos”.

 

As novas informações estão disponíveis com a publicação padrão dos relatórios mensais compilados com dados até o mês de maio de 2019.

 

Desde o início da implantação do sistema Portal Único, a Sitec vem acompanhando atentamente e adaptando a recuperação dos dados estatísticos ao novo processo aduaneiro. A remodelagem propicia, ainda, maior alinhamento às recomendações do manual internacional para compilação de estatísticas de comércio exterior (International Merchandise Trade Statistics).

 

Alterações

 

Além da atualização padrão do ano de 2019, esse reprocessamento afeta o período de janeiro a dezembro de 2018 e possui as seguintes características:

 

1 – A séries de exportação sobre vias de transporte estavam comprometidas, sem estatísticas desde o lançamento do Portal Único. Em 2019, foram feitas novas integrações no sistema Portal Único que possibilitaram a recepção dessas informações para compilação de estatísticas. O reprocessamento reduziu consideravelmente a incidência de “Via Não Declarada”.

 

2 – A série de exportação por municípios estava parcialmente comprometida. Por isso, não se recuperava a informação estatística do domicílio fiscal das empresas exportadoras. O novo reprocessamento reduziu consideravelmente a incidência de “Município Não Declarado – ND”.

 

3 – As Declarações de Exportação (DU-Exp) passaram por processos naturais de retificação. Com a transição dos sistemas, houve intensa incidência de retificações nos primeiros meses de 2019, com alterações referentes a declarações de 2018. O reprocessamento de 2018 compila informações mais atualizadas e corrigidas.

 

4 – As séries de UF Produtora (Unidade da Federação origem do produto exportado) estavam parcialmente comprometidas devido a problemas relacionados à associação da nota fiscal à DU-Exp em casos de embarque antecipado. Foram constatados atrasos na apresentação de notas fiscais após o embarque, impactando as séries de UF Produtora de mercadorias tradicionalmente exportados nessa modalidade.

 

Embarque antecipado  

 

Segundo a IN 1702, da Receita Federal, os exportadores que utilizam embarque antecipado têm até dez dias corridos após o embarque para apresentação das notas fiscais. Este prazo está sendo extrapolado, em algumas situações, por conta de adaptação dos operadores à nova sistemática do Portal Único.

 

Segundo a Sitec, a situação será normalizada assim que os exportadores e intervenientes estejam completamente adaptados aos novos processos.

 

O reprocessamento de 2018 visa capturar as apresentações tardias de notas fiscais e, consequentemente, a atribuição correta dos valores exportados à UF Produtora informada na nota fiscal.

 

Mesmo que a nota seja apresentada tardiamente, o reprocessamento contabilizará o valor da UF retroativamente ao mês do embarque e não ao mês em que a nota fiscal foi apresentada. Demais casos de exportação, diferentes de embarque antecipado, já apresentam informações sem distorção.

 

Fonte: Ministério da Economia