Colheita do milho 2ª safra em Mato Grosso do Sul tem estimativa de safra recorde e expansão de mercados

Mato Grosso do Sul iniciou ontem (6), a colheita de milho 2ª safra com expectativa de produção estimada em 9.552 milhões de toneladas. O montante é 6% maior que a previsão inicial de 9 milhões de toneladas, o que representa a melhor safra de milho da história do Estado. Os dados foram apresentados com base no levantamento do SIGA-MS, o Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio implantado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), e em parceria com a Aprosoja e Famasul.

“Nós temos um aumento expressivo na área plantada e na estimativa de produtividade do milho. Isso mostra que estamos em uma linha de expansão agrícola, que deve ser mantida nas próximas safras, pois temos área disponível nesse sentido. Outro fator a se destacar  é a janela de produção. O levantamento do SIGA nos mostra que 82% do milho foi plantado nesse período, revelando um perfil do produtor, que sabe a importância dos calendários agrícolas”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semagro.

 

A expectativa de produtividade saltou de 78,2 sc/ha para 83 sc/ha e pode chegar a 85 sacas por hectare, considerando a janela de colheita para lavouras plantadas até 10 de março. Os números demonstram melhoria das técnicas de plantio, assim como maior comprometimento dos produtores com a qualidade de solo e das sementes usadas.

 

Área plantada foi de 1.918 milhões de hectares

A área plantada com milho safrinha nesta safra foi de 1.918 milhões de hectares. “Com esses números, Mato Grosso do Sul se consolida como o 3º maior produtor de milho safrinha do Brasil, correspondendo a 10% da produção nacional de milho 2ªsafra”, afirma o presidente da Aprosoja/MS, Juliano Schmaedecke.

 

“Esse desempenho é um sinalizador de que vamos precisar exportar. Hoje, 67% da nossa produção é absorvida pelo mercado interno, basicamente na nossa indústria de proteína animal, seja de suínos e aves. O acompanhamento dessa safra já sinaliza que haverá necessidade de exportação. O preço médio no mercado internacional anima os produtores, tanto que o governador Reinaldo Azambuja já recebeu o setor e estuda a possibilidade de o  governo flexibilizar a paridade da exportação de milho, devido às condições favoráveis no mercado externo”, acrescenta o secretário Jaime Verruck.

 

O cultivo do milho tem importância estratégica para a indústria brasileira por ser o principal insumo para a produção de aves e suínos. O cultivo de cerais emprega mais de 2 mil trabalhadores formais no MS e 67,41% da produção estadual de milho é destinada a atender ao mercado doméstico.

 

O preço médio atual da saca de milho é de R$ 25,40, sendo 24% menor que os R$ 33 de maio de 218. Porém, o preço está em alta no mercado interno devido à valorização do dólar frente ao real. Até o dia 27 de maio 32,30% da safrinha 2019 havia sido comercializada.

 

O governador Reinaldo Azambuja destacou os bons resultados do Estado na agricultura, como resultado de tecnologia, empenho e defesa sanitária. “Sempre falamos safrinha de milho, mas hoje temos uma safra robusta e importante. Temos crescido ano a ano em produtividade e área plantada e essa é uma equação que deve perdurar no MS por longos anos, porque ainda temos espaço de área disponível para ser incorporada à agricultura e integrado com a pecuária”.

 

O presidente da Famasul, Maurício Saito ressaltou que os números são importantes e motivo de comemoração, mas sem esquecer dos desafios que o setor enfrenta. “A projeção de uma supersafra para o milho safrinha no estado traz também novos desafios para o setor agrícola”.

Rota Bioceânica: projeto será referência para ponte sobre o Rio Paraguai ligando Porto Murtinho e Carmelo Peralta

A construção da ponte rodoviária entre Brasil e Paraguai, ligando as cidades de Porto Murtinho e Carmelo Peralta, dentro da Rota Bioceânica, terá como modelo a travessia de Porto de Alencastro, que conecta Paranaíba a Carneirinho (MG). Nesta semana, engenheiros da Itaipu Binacional, que financia a construção, visitaram o local para conferir a estrutura da obra.

 

Segundo o engenheiro Panfilo Benitez Estigarribia, o formato estaiada da travessia, suspensa por cabos, facilita a navegação de embarcações e dá mais segurança aos usuários. Nas próximas semanas, a Itaipu Paraguai dará início ao processo licitatório para definir o projeto da ponte. O Conselho da estatal já autorizou a abertura do pregão.

 

Dois processos licitatórios serão abertos para a edificação do canal rodoviário. O primeiro para seleção da empresa que vai desenhar o projeto da ponte e o segundo para definir a construtora que vai executar a obra. A empresa vencedora do primeiro pregão vai fiscalizar o trabalho da selecionada na segunda.

 

Na semana que vem, governador Reinaldo Azambuja vai se reunir com o ministro de Infraestrutura do Brasil, Tarcísio Gomes de Freitas, e com técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para tratar da liberação de recursos para a construção do anel viário que ligará a ponte sobre o Rio Paraguai com a rodovia BR-267.

 

A intenção é articular a liberação de recursos de emendas impositivas do Orçamento Geral da União (OGU), em 2020, para execução da obra do contorno. Outro ponto que será abordado no encontro é o estudo de viabilidade e impacto ambiental, elaborado pelo Dnit, que vai subsidiar o governo paraguaio na construção da travessia rodoviária da Rota Bioceânica.

 

Para agosto deste ano está prevista uma nova rodada de reuniões entre todos os países da Rota Biocêanica (Brasil, Paraguai, Argentina e Chile) para discutir o andamento dos projetos de infraestrutura, integração e turismo. O encontro será realizado em Campo Grande.

 

O governador Reinaldo Azambuja e o secretário Jaime Verruck (Semagro) se encontraram com os engenheiros da Itaipu Paraguai para tratar da ponte

 

Ponte sobre o Rio Paraguai

 

Estimativa da Itaipu Binacional é que a nova ponte entre Brasil e Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, tenha custo de US$ 75 milhões. A travessia terá erá 680 metros de cumprimento e deve ser entregue em 2022.