Plano Safra 2019/2020 atende plenamente expectativas do setor, diz secretário Jaime Verruck, da Semagro

O Plano Safra 2019/2020 anunciado na terça-feira (18) pelo governo federal corresponde amplamente aos anseios da classe produtora, na avaliação do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck. O governo anunciou a liberação de R$ 225,59 bilhões em créditos para financiamento de pequenos, médios e grandes agricultores de todo o país, sendo que R$ 31,22 bilhões são para o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf).

 

Esse ponto mereceu destaque na análise de Verruck. “É fundamental perceber que, depois de 20 anos, se faz o anúncio de um Plano Safra para agricultura empresarial e familiar juntas. A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) acerta nessa decisão, entendendo que o Plano Safra dá a diretriz para que a gente tenha um recorde na colheita de grãos no próximo ano.”

 

O secretário ponderou, ainda, sobre dois receios que o mercado tinha e que não se confirmaram com o anúncio do Plano Safra 2019/2020, fato capaz de gerar uma onda de otimismo no setor. O primeiro era quanto a uma possível redução no montante que seria disponibilizado para financiamento, tendo em vista a situação complicada das finanças do país. “Isso não aconteceu, o valor é praticamente o mesmo do ano passado.” O segundo era de uma elevação substancial na taxa de juros. “Já se esperava que tivesse um ajuste, porém ficou até abaixo do que o mercado previa, com aumento de apenas 1 ponto percentual em relação ao ano passado.”

 

Outro ponto importante destacado pelo secretário foi o montante de R$ 1 bilhão para subvenção do Seguro Agrícola, quantia que representa o dobro do que foi ofertado na safra passada. “Essa era uma reivindicação forte dos produtores, para que se ampliasse o seguro agrícola”.

 

No conjunto, o anúncio do Plano Safra 2019/2020 cria “um cenário positivo para a agricultura brasileira”, observa o secretário, na medida em que o governo destaca a importância do agronegócio para a economia. “O Plano Safra indica que o novo governo reconhece a importância do agronegócio e demonstra a competência e eficiência da ministra Tereza Cristina ao trazer um plano que corresponda aos anseios da classe produtora.”

 

Plano Safra

 

O crédito estará disponível a partir de 1° de julho na rede bancária. Do valor do total do plano, R$ 222,74 bilhões vão para o crédito rural, R$ 1 bilhão para subvenção ao seguro rural e R$ 1,85 bilhão para apoio à comercialização. Dos recursos destinados ao crédito rural, R$ 169,33 bilhões vão para o custeio, comercialização e industrialização. Para investimento, são R$ R$ 53,41 bilhões.

 

Na parte de custeio, comercialização e industrialização, os juros para o Pronaf, que reúne os pequenos agricultores, são de 3% a 4,6% ao ano. Para o Pronamp, que reúne os médios agricultores, os juros serão de 6% ao ano e para os demais produtores, de 8% ao ano. Nos programas de investimento os juros vão de 3% a 10,5% ao ano.

 

O volume de recursos – R$ 1 bilhão – para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) mais que dobrou nesta temporada. A estimativa do Ministério da Agricultura é que a área segurada chegue a 15,6 milhões de hectares em 2020. O Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) e o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) terão disponíveis R$ 13,4 bilhões para segurar 120 diferentes culturas.

 

Outra novidade é que os recursos do Pronaf podem ser usados na construção e reforma de moradias de pequenos agricultores. Foram destinados R$ 500 milhões para essa finalidade, valor suficiente para construir 10 mil casas, de acordo com o Ministério da Agricultura.

 

 

Câmara Setorial de Florestas de Mato Grosso do Sul trabalha na atualização e organização de plano da cadeia produtiva

As demandas do setor de florestas, tanto plantada quanto nativa, vêm sendo tratadas em Mato Grosso do Sul com auxílio da Câmara Setorial de Florestas, que tem como coordenador, o engenheiro florestal Moacir Reis, gerente do Grupo Mutum. Ele é produtor de eucalipto para celulose, carvão vegetal destinado à indústria siderúrgica e ao uso doméstico, e ainda presidente da Reflore, importante Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, que reúne as maiores empresas do setor.

 

Com a finalidade de auxiliar na organização da cadeia produtiva, a Câmara se reuniu essa semana abrindo discussão com a Conab sobre tomada de preços de floresta, de madeira, que segundo Moacir, é um tema que merece ampla discussão e divulgação e tratando sobre a orientação aos produtores para importância de buscar informações sobre onde essas florestas podem ou não serem plantadas, para evitar surpresas negativas quanto ao retorno financeiro.

 

Segundo Moacir, a desinformação é um dos maiores problemas para quem trabalha no setor produtivo da madeira. Ele explica que há sim grande preocupação com o desmatamento e mais ainda com a preservação de arvores nativas, das reservas legais, áreas de proteção permanente (APP) e áreas de conservação, contudo ainda persistem muitos discursos equivocados a respeito desse tema. “Aqui no Mato grosso do Sul temos um entendimento sobre conservação e sustentabilidade diferenciado do resto do País. Crescemos olhando a questão ambiental, social e econômica e valorizando a parceria com o Governo do Estado que nos oferece o suporte necessário e tem sido fundamental para o desenvolvimento do setor”, disse.

 

Com a superação ainda em 2018, da meta de 1 milhão de hectares de área plantada de eucalipto e pinos prevista para ser alcançada em 2030, a Câmara observou a necessidade da atualização do Plano Florestal do Estado e vem trabalhando no escopo deste projeto. “Hoje o Estado tem duas industrias de celulose em três Lagoas, é um dos maiores produtores de celulose do Brasil e do mundo”.

 

Moacir lembra que os problemas da empresa Vale em Brumadinho fizeram com que muito do minério de Corumbá tem ido para Minas Gerais o que também trouxe novas perspectivas para o setor. O tema também esteve em pauta e é tratado com nível elevado de atenção pelos membros da Câmara.

 

“Trabalhamos a expansão de novas industrias, pensando no meio ambiente, pensando no produtor, pensando em gerar postos de emprego e mais renda para nossa gente”. Reforçou Moacir ao afirmar que o objetivo principal da Câmara hoje é trabalhar o setor como um todo, o que inclui, setor de serraria, cavaco e carvão vegetal, mantendo o equilíbrio para o Estado continuar sendo referência como é hoje, para todo País.