Prefeitura assina contrato com a Caixa Econômica Federal para modernização do sistema digital e de tecnologia

O prefeito Marquinhos Trad assinou na sexta-feira (05), o Programa Nacional de Apoio a Gestão Administrativa e Fiscal nos municípios (PNAFM), com a Caixa Econômica Federal para modernizar o sistema digital e de tecnologia da prefeitura.

 

“Confesso que existem momentos na administração pública que nos levam a certo desanimo, mas existem outros que elevam nossa força física e este é um deles. Essa assinatura vai garantir investimentos em equipamentos, processos de dados, capacitação da administração, segurança de dados, aquisição de drones, sistema tributário, software de redução de despesa, gerenciamento eletrônico de documentos e tantas outras tecnologias que vão ajudar nossas secretarias”, disse o prefeito.

 

O programa que visa modernizar a administração pública e melhorar sua estrutura de trabalho disputou recurso com cidades como Guarulhos e Campinas e vai investir nas secretarias de Tecnologia da Informação e Inovação, Meio Ambiente e Planejamento Urbano, de Finanças e Planejamento, de Gestão, Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, controladoria e procuradoria geral do município.

 

“Esse é um recurso voltado, sobretudo para a melhoria das ações fiscais, para investimento em tecnologia da informação e para facilitar a vida do cidadão. Hoje nós temos sistemas arcaicos e com tudo isso aqui vamos poder investir na modernização, como monitoramento do ICMS que é mais um instrumento para que a gente possa verificar os interesses de Campo Grande, ferramenta para administração dos processos de execução fiscal, gestão eletrônica de documentos e vários outros. Campo Grande da um passo decisivo hoje”, pontuou o secretário da Sefin Pedro Pedrossian Neto.

 

O vereador Eduardo Romero lembrou durante a assinatura que o programa já foi enviado à Câmara Municipal por três vezes, mas somente agora assinado e concretizado. “Não é só ter a aprovação, mas equipe técnica empenhada, capacitada e comprometida com a cidade pra fazer com que esses recursos venham e sejam bem aplicados. Com isso vamos também oferecer ao cidadão um respeito maior as suas solicitações”.

 

“Não sei nem dizer a importância que isso vai ter no dia-a-dia da prefeitura. Só tenho a agradecer ao prefeito pela escolha da Caixa como parceiro financeiro e parabenizá-lo pela administração e zelo com a coisa público. Temos feito grandes parcerias com a Prefeitura de Campo Grande e tenho certeza que vão repercutir por muitos anos em Campo Grande, hoje temos visto a cidade com outros olhos por tudo que tem sido feito em prol do município e dos cidadãos”, finalizou o superintendente da Caixa Econômica Federal, Evandro Narciso de Lima.

 

A assinatura contou com a participação da vice-prefeita Adriane Lopes, vereadores, secretários municipais e representantes da Caixa Econômica Federal.

 

Cafés especiais ampliam mercado dentro e fora do Brasil; industrialização, qualidade de grãos e pesquisa agregam valor

O cultivo e a produção de cafés especiais podem aumentar o mercado e agregar valor a um dos produtos mais tradicionais da lavoura brasileira. A expansão potencial ocorrerá se o país vender mais café industrializado e reverter a tendência de comoditização das exportações.

 

Conforme sumário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil exportou 34,1 milhões de sacas de café (60 kg) no ano passado. Cerca de nove a cada dez sacas vendidas foram de café verde (em grãos não torrados). A comercialização de café torrado e solúvel é pouco superior a 10% do total.

 

De acordo com Ivan Oliveira, diretor de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Ipea, o país perdeu espaço na venda de café industrializado. Segundo ele, na década de 1990, 51% das exportações eram de café solúvel (pronto para consumo).

 

“A gente perdeu muito espaço no café processado no mundo”, observa. “Deixamos o bonde da industrialização e da gourmetização do café, muito por conta do fechamento do mercado brasileiro de grãos”, aponta.

 

O fechamento do mercado brasileiro para grãos produzidos em outros países é medida de proteção fitossanitária para evitar a contaminação da lavoura brasileira com pragas que possam entrar no país por meio de grãos importados. Estudo do Ipeacontabiliza, no entanto, que a medida tem como efeito gerar uma barreira não tarifária que aumenta o custo do grão importado em 13,61%.

 

Em entrevista ao programa Brasil Rural, da Rádio Nacional, o pesquisador da Embrapa Enrique Alves revelou que, em Rondônia, indígenas recebem apoio para produção de café de alta qualidade.

 

 Visões de oportunidade

 

Grãos de café
Pequenas torrefações preparam grãos especiais de café –  Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Para Oliveira, a medida dificulta o aumento de produção do café solúvel, que tem maior valor agregado do que o produto em grãos, e cuja industrialização gera mais empregos. “Ao fechar o mercado, ao não permitir a entrada de café em grão no Brasil, não se garante ao investidor que quer montar uma fábrica de processamento de café a matéria-prima fundamental para que ele possa ter a atividade”, detalha.

 

Segundo o especialista, se o Brasil não tivesse a política tão protetiva, o país poderia se dedicar mais a produção de cafés feitos a partir de misturas (blends) como fazem países como Alemanha, França, Holanda, Bélgica e Espanha. Em vez disso, o Brasil é nicho de mercado para esses países, por exemplo, na compra de cápsulas de café que trazem misturados produtos de diferentes origens (Ásia, África, América Central e América do Sul).

 

“As grandes empresas não vêm para cá por causa desse tipo de dificuldade: de precisarem de um tipo de café para produzir blend e o Brasil proibir importação”, analisa Antônio Guerra, chefe geral da Embrapa Café.

 

Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), opina que o sucesso das exportações de café verde desestimulou a venda de mais café processado. “Esse valor foi sempre tão expressivo que os brasileiros perderam a visão de oportunidade que o mercado poderia apresentar”. Ele reconhece, no entanto, que “exportar o grão cru é deixar de ganhar uma parte importante do preço da saca”.

 

Em entrevista à Rádio Nacional, o pesquisador da Embrapa Café Antônio Eberle explica que o programa Avança Café busca incentivar e promover a criação de tecnologias e inovações para a cadeia produtiva do café.

 Economia globalizada

 

Sacas de café
Cafés especiais agregam valor às exportações brasileiras – Marcello Casal Jr / Agência Brasil

 

 

Sílvio Farnese, diretor de Comercialização e Abastecimento do Mapa admite que o café solúvel é um produto estratégico e que abre porta para o produto brasileiro em mercados sem o hábito de consumir a bebida, como países da Ásia, pois “tem o mesmo preparo do chá”.

 

Ele pondera, no entanto, que “a agregação de valor é um discurso saudável”, mas tem que ser repensado no contexto econômico. “O mercado globalizado tem dificuldade de aceitar de um só país a produção integral. Se o país quiser vender o top da agregação de valor, está tirando a possibilidade do comprador fazer uma parte do produto e ganhar com isso”, assinala.

 

“Na economia globalizada temos que dividir a receita. Quem produz ganha uma parte, quem industrializa ganha outra”, avalia Farnese. Conforme o diretor do Mapa, o Brasil está buscando agregar valor ao café na melhoria da qualidade do grão ofertado e especialização. “Na produção de café, há possibilidade de alteração de sabor, aroma e paladar alteração depende da mistura dos grãos”.

 

Fonte: Agência Brasil