Governo do Estado contrata obra do contorno rodoviário do município de Porto Murtinho que custará R$ 25 milhões

O Governo do Estado contratou a obra de implantação e pavimentação do contorno rodoviário que atenderá ao distrito portuário de Porto Murtinho, município que se prepara para ser o centro da Rota Bioceânica Brasil-Chile. O acesso aos terminais em construção na margem do Rio Paraguai, a partir da rodovia BR-2657, terá 7,19 km de extensão.

 

Extrato do contrato nº 0017, assinado pelo diretor-presidente da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), Luís Roberto Martins de Araujo, e a empresa vencedora da licitação (Engenharia e Comércio Bandeirantes), foi publicado à página 30 do Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (5/02). O prazo de execução da obra será de dez meses.

 

Anel viário circundará o dique de contenção de enchentes, ligando a BR-267 ao complexo portuário. Foto; Chico Ribeiro

 

“É uma obra fundamental para viabilizar o funcionamento do porto já existente e atuante, bem como os demais terminais que estão sendo construídos na região. Com isso, devemos triplicar o volume de cargas em Porto Murtinho já a partir deste ano”, afirmou Jaime Verruck, secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

 

Nova Paranaguá

 

O contorno rodoviário será construído com recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de MS), ao custo de R$ 25,2 milhões. A obra vai diminuir todo o fluxo de caminhões dentro da cidade fronteiriça, reduzir os impactos e qualquer tipo de risco, além de melhorar a qualidade de vida da população e oferecer um acesso mais rápido aos portos.

 

O empreendimento foi o principal pedido feito pelo prefeito Derlei Delevatti e pela comitiva do município ao governador Reinaldo Azambuja, em outubro de 2019, durante o Governo Presente, e faz da parte da estratégia de integração e desenvolvimento do Estado. Porto Murtinho se transformará em uma nova Paranaguá com a construção de três novos portos.

 

Abrangendo a região de maior produção de grãos do Estado, o município se tornará um polo exportador por hidrovia e rodovia, concentrando um novo complexo portuário e o corredor da Rota Bioceânica (Atlântico-Pacífico), com a construção da ponte sobre o Rio Paraguai. Um dos portos em construção, do grupo FV Cereais, será inaugurado neste mês de fevereiro.

 

Com novo traçado, caminhões vão passar fora da área urbana de Porto Murtinho (imagem: Agesul)

 

 

Ao lado do dique

 

O traçado do anel viário atenderá aos três portos em construção na região noroeste, margeando a vala de drenagem externa da cidade, correndo lateralmente ao dique, contornando e delimitando a região urbana de Porto Murtinho”, explicou o engenheiro Dalvim Junior, da Gerência de Projetos e Orçamentos de Obras Públicas da Agesul.

 

Conforme o projeto, serão 7,19 quilômetros de asfalto, do entroncamento da BR-267 ao Rio Paraguai. As faixas de rolamento terão 3,5 metros de largura e os acostamentos, 2,5 metros. Próximo ao trevo com a BR-267 está em construção uma estação privada para regular o fluxo de cargas aos terminais portuários, com estacionamento para 400 caminhões.

Construção civil de Mato Grosso do Sul tem expectativa de crescer até 2% em 2020, segundo a Federação das Indústrias

Alavancada pela retomada da economia, a indústria da construção civil de Mato Grosso do Sul espera crescer até 2% neste ano no valor bruto da produção (VBP), que encerrou 2019 em R$ 3,20 bilhões e, com a projeção, pode chegar a R$ 3,26 bilhões em 2020. A estimativa é do presidente do Sinduscon-MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda Melo, que projeta um ano positivo para o segmento em todo o Brasil.

 

Ainda de acordo com o líder empresarial, hoje a indústria da construção conta com 1.938 estabelecimentos, que juntos empregam 19.585. “A nossa expectativa para este ano é de que o número de trabalhadores do segmento chegue a dezembro com 24.585 empregados com carteira assinada, representando a abertura de 5 mil novas vagas”, declarou.

 

Amarildo Miranda Melo afirma que a construção civil está trazendo bons resultados desde o ano passado e a expectativa é de que este ano seja ainda melhor. “Não tenho dúvida que será um ano de elevação da empregabilidade. Já sentimos que o ânimo é muito grande no setor. No ano passado, tivemos um crescimento de 1,2% em relação a 2018, mas tenho visto em nossa base vários empresários lançando edifícios e obras”, afirmou.

 

Os empresários que atuam neste segmento se mostram otimistas e planejam crescer junto com o segmento. O avanço do PIB da construção neste ano será puxado, essencialmente, pela autoconstrução e reformas, que seguirão liderando a recuperação aliadas às atividades empresariais. “A previsão de alta da construção será composta por autoconstrução e reformas, serviços especializados para obras novas edificações”, assegurou o presidente do Sinduscon-MS.

 

Ainda de acordo com ele, a expectativa é que o poder público invista em infraestrutura. “O setor da construção civil precisa que o poder público ajude, investindo em saneamento, construção civil, edificação. Porque, infelizmente, o Brasil hoje ainda depende muito do setor público porque está começando a dar os primeiros passos para se tornar um país de economia aberta”, analisou.

 

No ano passado, o resultado positivo colocou fim a um ciclo de retração que perdurou entre 2014 a 2018, quando o PIB da construção encolheu 30%. “A percepção é de que a crise do segmento ficou para trás, mas, para que as perspectivas se consolide, o governo federal terá que dar condição jurídica e melhoria na concessão de crédito. A Reforma da Previdência sinalizou aos investidores que o País tem tomado as atitudes que precisam ser tomadas”, pontuou o líder empresarial.

 

Neste ano, conforme ele, a expectativa é pelas reformas tributárias, tanto federal, quanto municipal e estadual, além das privatizações, que fazem com que haja aumento nos investimentos. “Também o anúncio recente do presidente da Caixa Econômica Federal nos reporta que a partir de abril teremos uma nova modalidade de financiamento, com juros zero e prestação fixa, o que deve impulsionar muito a indústria da construção civil”, comemorou.