Produção de 10 milhões de toneladas confirma safra recorde de soja em Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul e Aprosoja

Mato Grosso do Sul terá safra recorde histórica de soja em 2020, com produção estimada em 10,5 milhões de toneladas e produtividade média de 55,7 sacas por hectare. Os números foram revisados para cima devido aos bons resultados obtidos pela equipe técnica do Siga/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) durante a colheita em andamento da safra 2019/2020.

 

Inicialmente a previsão era de colher 9,9 milhões de toneladas de soja, com produtividade de 52,1 sc/ha. A área plantada com o grão soma 3,163 milhões de hectares. Na comparação com a safra 2018/2019, a produção de soja em Mato Grosso do Sul deve alcançar 20,15% de aumento na safra 2019/20, com 6,18% de expansão na área plantada.

 

“Os números confirmam a expectativa de safra recorde para o Mato Grosso do Sul, consolidando o Estado como grande produtor de grãos. Resultado de uma produção mais eficiente e que utiliza pesquisa e tecnologia para resultados cada vez melhores”, afirma o secretário Jaime Verruck, titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

 

Os dados atualizados foram divulgados ontem (03) no boletim técnico da Casa Rural, elaborado pela Famasul (Federação da Agricultura de MS) e a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja do Estado).

 

A soja está 45,5% colhida em Mato Grosso do Sul, com todas as regiões seguindo a média. Nos últimos dez dias foram colhidos 752 mil hectares, mas na comparação com o mesmo período do ano passado, a colheita está 27% atrasada, devido à estiagem que atingiu o Estado na época de plantio.

 

No mercado interno os números também são bons. Até 2 de março, o Estado já havia comercializado 57,5% da safra de soja, conforme dados da Granos Corretora. O percentual é 17% maior que os 40% comercializados na mesma época do ano passado. O preço médio de fevereiro ficou em R$ 74,25 por saca, maior que os R$ 66,63 pagos na mesma época de 2019.

Campanha: trade turístico de Corumbá vai incentivar pesca esportiva na região do Pantanal com cota zero

Mais de setenta por cento dos empresários que atuam com pesca esportiva em Corumbá, um dos principais destinos onde se pratica esse esporte, aderiram a uma campanha a ser lançada pela ACERT – Associação Corumbaense de Empresas Regionais de Turismo – pela prática da pesca esportiva no Pantanal sem captura das espécies nativas.

 

O presidente da entidade, empresário Luiz Martins, afirmou que o decreto assinado pelo governador Reinaldo Azambuja definindo novas regras para a pesca amadora e profissional é uma medida ainda mais restritiva em favor da manutenção do estoque pesqueiro. Contudo, ele defende a cota zero e a não comercialização de algumas espécies.

 

“Sabemos que a cota zero é uma medida radical, fere vários interesses, mas é uma tendência que teremos que acompanhar futuramente se quisermos preservar nossos rios”, disse Martins. “Nosso objetivo é a cota zero e vamos incentivar nossos clientes a praticar o pesque-solte, sabendo que a maioria das pessoas que vem pescar no Pantanal já não leva mais o peixe.”

 

Pesca esportiva no Rio Paraguai: destino único com as belezas do Pantanal (Foto: Saul Schramm)

 

Pesca diferenciada

 

Para o presidente da ACERT, a redução da cota de cinco quilos de pescado para apenas um exemplar, mais cinco piranhas, foi um avanço e vai preparar o mercado para a proibição definitiva da captura e transporte para o pescador esportivo. “O novo decreto atende nossos objetivos e o próximo passo é a cota zero, o mercado terá que se adequar”, pontuou.

 

Luis Martins, presidente da ACERT: pela cota zero

Com a campanha pela cota zero, segundo Luiz Martins, o trade turístico de Corumbá quer fomentar uma pesca diferenciada no Pantanal, unindo a prática da modalidade com contemplação da natureza e a defesa dos recursos aquáticos. “São mais de 500 km de pesca no Rio Paraguai, temos que potencializar o destino com ênfase na sua preservação”, destacou.

 

As restrições à pesca esportiva neste ano, na avaliação da ACERT, não implicarão em redução de turistas ao Pantanal. Os operadores de Corumbá ainda não perceberam algum impacto e as reservas se mantém, mesmo quando estava valendo o decreto da cota zero. “Pode haver uma queda, mas estamos apostando no futuro, vamos ser compensados lá na frente”, disse Martins.