Copom reduz Selic para 3% ao ano para conter impacto de pandemia; cortes nos EUA e queda da inflação abriram espaço

Em meio à crise econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus, o Banco Central (BC) diminuiu, ontem (5), os juros básicos da economia pela sétima vez seguida. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic para 3% ao ano, com corte de 0,75 ponto percentual.

 

A decisão surpreendeu os analistas financeiros. Segundo a pesquisa Focus do BC, a maior parte dos agentes econômicos esperava a redução dos juros básicos para 3,25% ao ano nesta reunião e um corte adicional, para 2,75%, em junho.

 

Em comunicado, o BC informou que o comitê considera promover um novo corte, de até 0,75 ponto percentual, na próxima reunião, em junho. A partir daí, os juros básicos não seriam mais alterados, mas a autoridade monetária admitiu que os riscos estão elevados e que espera mais informações para definir os próximos passos.

 

Segundo a nota, dois diretores do BC sugeriram cortes mais agressivos, mas a incerteza em relação aos impactos da pandemia de covid-19 sobre a economia fez a maioria dos membros do Copom optar por uma redução dos juros em etapas, até que o quadro econômico se estabilize.

 

Com a decisão de ontem (6), a Selic está no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018, só voltando a ser reduzida em julho de 2019.

 

Inflação

 

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nos 12 meses terminados em março, o indicador fechou em 3,3%, o menor resultado acumulado em 12 meses desde outubro do ano passado.

 

A inflação, que tinha subido no fim do ano passado por causa da alta da carne e do dólar, agora deve cair mais que o previsto por causa das interrupções da produção e do consumo provocadas pela covid-19.

 

Para 2020, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu meta de inflação de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não poderá superar 5,5% neste ano nem ficar abaixo de 2,5%. A meta para 2021 foi fixada em 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

 

No Relatório de Inflação divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia o ano em 2,6%. A projeção, no entanto, ficou defasada diante da pandemia de covid-19. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 1,97%, mas as estimativas deverão continuar a cair nos próximos levantamentos.

 

Crédito mais barato

 

A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica. No último Relatório de Inflação, o BC projetava crescimento zero para a economia neste ano. No entanto, a previsão tinha sido feita antes do agravamento da crise provocada pelo coronavírus.

 

O mercado já projeta crescimento mais baixo. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem contração de 3,76% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2020.

 

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

 

Fonte: Agência Brasil

Política do Governo do Estado viabiliza instalação de indústria de processamento de álcool no município de Cassilândia

Mais uma indústria atraída pela política de incentivos do Governo do Estado está sendo implantada em Mato Grosso do Sul e deve gerar mais emprego e renda para a população. A Victória Indústria e Comércio de Álcool está investindo um total de R$ 27,8 milhões em uma unidade no município de Cassilândia para produção de álcool 70%.

 

Na segunda-feira (4), a Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômica, Produção e Agricultura Familiar) publicou no Diário Oficial do Estado o Termo de Acordo Nº 1.252/2020 para a concessão de incentivos à empresa, que já investiu R$ 9,7 milhões e deve investir mais R$ 18,15 milhões em sua unidade no município na região do Bolsão.

 

Além da produção do álcool 70%, a Victória também vai extrair gorduras e óleos em estado bruto para produzir glicerina e outros produtos químicos. A indústria aguarda autorização da Anvisa para funcionar e a previsão é de que sejam gerados 25 empregos, em sua capacidade plena de operação.

 

“Estamos agindo para que Mato Grosso do Sul preserve sua competitividade na atração de novos investimentos do setor privado. Essa implantação em Cassilândia contribui para o desenvolvimento econômico de uma importante região do Estado, promove a geração de mais empregos e sinaliza que estamos num processo de retomada na atividade industrial, mesmo ainda sobre os efeitos da pandemia do novo coronavírus”, comenta o secretário Jaime Verruck, da Semagro.

 

Fonte: Semagro

Foto:  Wilson Aiello/EPTV