Brasil e Paraguai criam Comissão Mista para definir construção da ponte sobre Rio Paraguai

Em reunião realizada na terça-feira (1), em Brasília, autoridades do Brasil e do Paraguai decidiram criar uma Comissão Mista para acompanhar e definir os detalhes da construção da ponte sobre o Rio Paraguai que vai ligar os municípios de Porto Murtinho e Carmelo Peralta. Essa ponte é a principal obra internacional da Rota Bioceânica, um corredor rodoviário ligando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile desde a costa do Oceano Atlântico até a costa do Oceano Pacífico.

 

A Comissão é composta por 21 integrantes e na reunião que a criou estavam presentes as embaixadoras do Brasil no Paraguai, Eugênia Barthelmess, e do Paraguai no Brasil, Gloria Amarilla. O assessor de Logística da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Lúcio Lagemann, representa o governo do Estado no organismo.

 

Na análise do secretário da Semagro, Jaime Verruck, a criação da Comissão  “estabelece um ordenamento sob o ponto de vista da governança” e remete a um caminho adequado para a tomada de decisões a fim de se chegar à licitação e, consequentemente, à execução da obra.

 

A próxima reunião da Comissão está marcada para o dia 5 de novembro, em Hernandarias, no Paraguai. Os membros vão analisar o projeto do edital para construção da ponte; o documento está sendo elaborado pelo Ministério de Obras Públicas do Paraguai e será analisado pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) antes de ir para apreciação da Comissão.

 

A ponte

 

A proposta inicial é de que seja construída uma ponte estaiada nos moldes da que liga a cidade de Paranaíba (MS) a Porto Alencastro (MG), sobre o Rio Paranaíba. Mas todos esses detalhes, inclusive o local exato da obra, passarão pelo crivo da comissão. O modelo de ponte estaiada não atrapalha a navegabilidade do rio, pois os pilares serão erguidos nas margens e a uma altura que permite às embarcações passagem por baixo. O investimento estimado é de US$ 75 milhões, a ser custeado pela Itaipu binacional.

 

Caso seja confirmada no local anteriormente indicado, a ponte deverá ter extensão total de 680 metros, de uma barranca a outra do rio. O vão entre os dois pilares teria 380 metros, mais 150 metros de cada pilar até a margem. A altura dos pilares que sustentarão os cabos (estai) seriam de 95 metros.

 

O corredor bioceânico vai reduzir em 17 dias o trajeto de viagem das commodities de Mato Grosso do Sul até o mercado asiático, embarcando nos portos do Chile, ao invés de usar os portos de Paranaguá (PR) ou de Santos (SP). O Paraguai está pavimentando o trecho de 600 quilômetros da rota que corta seu território. Partindo de Campo Grande, a rodovia vai percorrer 2.400 quilômetros até a cidade de Antofagasta, no Chile.

 

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