Produção industrial de Mato Grosso do Sul tem melhor janeiro dos últimos seis anos, de acordo com o Radar da Fiems

Mesmo com a acomodação comum para o período, o nível de produção industrial de Mato Grosso do Sul em janeiro deste ano foi o melhor desde 2014, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 61 empresas no período de 3 a 12 de fevereiro deste ano. Em janeiro, 47,5% das empresas industriais sul-mato-grossenses apresentaram estabilidade na produção, enquanto as empresas com crescimento responderam por 19,7% do total.

 

A acomodação no ritmo da atividade industrial na passagem entre os meses de dezembro de 2019 e janeiro de 2020 já era esperada e ocorreu dentro do padrão habitual para o período. Porém, esse desempenho foi melhor que dos anos anteriores, fazendo o índice de avaliação da produção fechar o mês em 45,4 pontos, sendo o maior resultado dos últimos seis anos para o mês de janeiro, ficando 5,4 pontos acima da média histórica registrada para o mês

 

Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, a utilização da capacidade instalada também alcançou o maior patamar para o mês de janeiro em seis anos. “Em janeiro, a utilização média da capacidade instalada na indústria sul-mato-grossense ficou em 68%, um resultado 2 pontos percentuais acima da média histórica registrada para o mês nos últimos seis anos”, declarou.

 

Já o índice de utilização efetiva em relação ao usual ficou em 44,8 pontos em janeiro de 2020, um resultado 1,4 ponto acima do registrado no mesmo mês de 2019 e 6,5 acima da média histórica para o mês. “A sondagem mostrou que em janeiro a utilização da capacidade instalada ficou igual ou acima do usual para 59% dos respondentes. Não responderam 3,3% dos participantes da pesquisa”, pontuou o economista.

 

Perspectivas

 

Com relação ao índice de expectativa do empresário industrial, o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems detalha que, em fevereiro deste ano, 52,5% das empresas responderam que esperam aumento na demanda por seus produtos nos próximos seis meses. Para o mesmo período, 9,8% preveem queda, enquanto 36,1% das empresas acreditam que o nível de demanda se manterá estável.

 

A respeito dos empregados, em fevereiro, 27,8% das empresas responderam que esperam aumentar o número de trabalhadores nos próximos seis meses, enquanto 9,8% apontaram que esse número deve cair. Já as empresas que esperam manter o quadro de funcionários estável responderam por 60,7%.

 

No caso das exportações, 3,1% dos respondentes disseram esperar aumento nas vendas para o exterior de seus produtos nos próximos seis meses, enquanto 1,6% acreditam que deva ocorrer queda. Já as empresas que preveem estabilidade para suas exportações responderam por 13,1% do total, sendo 72,1% disseram que não exportam.

 

Sobre a intenção de investimento, a Sondagem também aponta uma melhora e atinge o maior patamar da série histórica em fevereiro com o índice ficando em 65,1 pontos contra 64,8 pontos no mês anterior. “A melhora foi influenciada, em boa medida, pelo crescimento na participação das empresas que disseram que provavelmente vão investir nos próximos seis meses, que passou de 48,5% para 50,8% do total”, ressaltou Ezequiel Resende.

 

ICEI

 

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou em fevereiro 66,2 pontos, indicando recuo de 2,4 pontos, quando comparado com o mês anterior. “O resultado interrompe sequência de três meses consecutivos de alta, período em que o ICEI acumulou aumento de 6,3 pontos.  Cabe ressaltar que o recuo apresentado não reverte a tendência de crescimento da confiança iniciada em junho de 2019. Por fim, o resultado de fevereiro de 2020 encontra-se 10,4 pontos acima da média histórica registrada para o mês”, analisou o economista.

 

Ele ressalta que, em fevereiro, 6,6% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora também foi apontada por 6,6% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 8,2% dos respondentes. Além disso, para 34,4% dos empresários não teve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 45,9% e, a respeito da própria empresa, o número ficou em 34,4%.

 

Por fim, para 50,8% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram, enquanto m relação à economia estadual esse percentual chegou a 39,3% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 49,2%. Já os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das condições atuais da economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam igualmente por 8,2%.

 

Expectativas

 

Com relação às expectativas para os próximos seis meses, em fevereiro, 1,6% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira. Em relação à economia estadual, o resultado alcançou 3,3% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 4,9% dos empresários.

 

Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 23%, sendo que em relação à economia do Estado esse percentual alcançou 24,6% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 14,8%. “68,8% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar”, ressaltou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.

 

Já em relação à economia estadual, conforme Ezequiel Resende, o resultado ficou em 65,6% e, no caso da própria empresa, 73,8% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. “Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam igualmente por 6,6%”, finalizou.

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