Juros para famílias e empresas chegam a 41,3% em setembro, diz Banco Central

As taxas de juros estão em trajetória de elevação e famílias e empresas pagaram valores mais altos em setembro, de acordo com as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas ontem (25) pelo Banco Central (BC). A taxa média de juros para pessoas físicas no crédito livre chegou a 41,3% ao ano, aumento de 0,5 ponto percentual em relação a agosto e de 3,2 pontos percentuais em 12 meses. Nas contratações com empresas, a taxa livre cresceu 0,9 ponto percentual no mês e 5,6 ponto percentual em 12 meses, alcançando 17,1% ao ano.

 

A alta dos juros bancários médios ocorre em um momento de aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic. Depois de chegar ao menor nível da história no mês de agosto do ano passado, em 2% ao ano, a taxa Selic começou a subir em março deste ano diante do aumento da inflação e está em 6,25% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. O colegiado se reúne novamente nesta semana e deve repetir os aumentos promovidos nos últimos encontros.

 

A Selic é o principal instrumento utilizado pelo BC para regular a inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

 

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explicou que o movimento da política monetária acontece tanto para o aumento como para a redução. “Ano passado, quando se atingiu o pico de redução [na Selic] também se viu uma redução na maior parte das modalidades de juros bancários, chegando em patamares mínimos em diversas delas”, disse.

 

Além desse ambiente macroeconômico, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como inadimplência, perspectivas de operações, lucro e despesas administrativas. Rocha explicou, por exemplo, que as taxas de inadimplência estão estáveis e em níveis baixos e não devem estar influenciando as mudanças nos juros.

 

Por outro lado, como as empresas maiores, que têm risco menor, estão crescendo no mercado de capital e reduzindo as contratações de crédito no sistema financeiro, outras empresas de maior risco se tornam mais preponderantes na carteira de clientes dos bancos. Ele explicou que não é possível quantificar esses itens agregados, mas que esse fator de mudança de perfil pode ter influência no aumento atual das taxas.

 

Crédito livre

No crédito livre para as pessoas físicas, o destaque foi para o cartão de crédito rotativo, que teve alta de 3,7 pontos percentuais no mês, alcançando 339,5% ao ano. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após o prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida. Nesse caso, no cartão parcelado, os juros também subiram no mês: 5,1 pontos percentuais para 168,7% ao ano.

 

Também influenciaram o crescimento de juros, para famílias, as taxas do cheque especial, que tiveram alta de 3,5 pontos percentuais (128,6% ao ano), e o financiamento para aquisição de veículos, com alta de 1,2 ponto percentual (23,9% ao ano). O crédito pessoal não consignado registrou queda de 2,7 pontos percentuais, para 77,4% ao ano. Os juros do crédito pessoal consignado variaram positivamente 0,2 ponto percentual no mês de 18,8% para 19% ao ano.

 

No crédito livre às empresas, o aumento dos juros ocorreu na maioria das modalidades, com destaque para as elevações em cheque especial, 7,1 pontos percentuais (333,7 % ao ano); capital de giro superior a 365 dias, 1,6 ponto percentual (17% ao ano); e financiamento para aquisição de veículos, 1,1 ponto percentual (15% ao ano). O financiamento a importações também teve aumento de 2,5 pontos percentuais, para 12,5% ao ano.

 

Crédito direcionado

 

Essas taxas são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

 

No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas ficou em 7,3% ao ano em setembro, alta de 0,2 ponto percentual no mês. Para as empresas, a taxa caiu 0,5 ponto percentual para 9,5% ao ano no mês passado.

 

No total, nas contratações de crédito livre e direcionado, a taxa média de juros do Sistema Financeiro Nacional (SFN) registrou aumento de 0,5 ponto percentual no mês e de 3,5 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 21,6% ao ano.

 

Endividamento

 

A inadimplência (considerados atrasos acima de 90 dias) manteve-se estável pelo quinto mês consecutivo, em 2,3%, nos menores níveis da história. No crédito livre houve estabilidade da inadimplência nos dois segmentos, enquanto no direcionado o segmento de empresas apresentou redução de 0,3 ponto percentual.

 

O endividamento das famílias – relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada – em 12 meses, ficou em 59,2% em julho, entre os patamares mais altos da série histórica iniciada em janeiro de 2005, refletindo o aumento das concessões de empréstimos. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que pega um montante considerável da renda, ficou em 36,5% no mês.

 

Já o comprometimento da renda – relação entre o valor médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período – ficou em 30,1% naquele mês. Para esses últimos dados, há uma defasagem maior do mês de divulgação, pois o Banco Central depende de dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a renda das famílias.

 

Saldo das contratações

 

No mês passado, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 4,428 trilhões, um aumento de 2% em relação a agosto. O crescimento em 12 meses da carteira chegou a 16% em setembro. O saldo do crédito correspondeu a 52,9% de todos os bens e serviços que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB).

 

O crédito ampliado ao setor não-financeiro, que é o crédito disponível para empresas, famílias e governos independente da fonte (bancário, mercado de título ou dívida externa), alcançou R$ 13,076 trilhões, crescendo 1,2% no mês e 14,7% em 12 meses.

 

A variação mensal refletiu, no mercado doméstico, o crescimento de 2,1% nos empréstimos e financiamentos e a queda de 0,8% nos títulos de dívida. Já a dívida externa subiu 4% refletindo a alta cambial de 5,76% no mês. Na comparação interanual, o resultado se deve principalmente à elevação da carteira de empréstimos do Sistema Financeiro Nacional em 15,8% e de títulos públicos, em 20,3%.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

Petrobras anuncia novo aumento da gasolina e do diesel nas refinarias a partir de amanhã

A Petrobras anunciou hoje (25) que vai reajustar os preços da gasolina e do diesel em suas refinarias a partir de amanhã (26).

 

O litro da gasolina vendido pela empresa às distribuidoras passará de R$ 2,98 para R$ 3,19, o que representa um aumento de R$ 0,21 ou de cerca de 7%.

 

A Petrobras afirma que a parcela da gasolina vendida nas refinarias no preço final do produto encontrado nos postos chegará a R$ 2,33, com um aumento de R$ 0,15. A variação é menor que os R$ 0,21 de reajuste nas refinarias porque a gasolina tem uma mistura obrigatória de 27% de etanol anidro.

 

Já o litro do diesel passará a ser vendido por R$ 3,34 nas refinarias da Petrobras, o que representa um aumento de cerca de 9% sobre o preço médio atual, de R$ 3,06.

 

No caso do diesel, a Petrobras calcula que o impacto para o consumidor final seja um aumento de R$ 0,24, porque o diesel vendido nos postos tem uma mistura obrigatória de 12% de biodiesel.

 

A Petrobras justifica que os reajustes no preço garantem que o mercado “siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento”.

 

“O alinhamento de preços ao mercado internacional se mostra especialmente relevante no momento que vivenciamos, com a demanda atípica recebida pela Petrobras para o mês de novembro de 2021. Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio”, afirma a empresa.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

Mercado prevê que taxa básica de juros feche o ano em 8,75%, segundo pesquisa

Diante do aumento da inflação, a expectativa do mercado financeiro é que a taxa básica de juros, a Selic, encerre 2021 em 8,75% ao ano. Na semana passada, a estimativa era de 8,25% ao ano, de acordo com o boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos, divulgado hoje (25).

 

A Selic está estabelecida atualmente em 6,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Nesta semana, o colegiado se reúne novamente e deve repetir os aumentos promovidos nos últimos cinco encontros.

 

A taxa está no nível mais alto desde julho de 2019, quando era 6,5% ao ano. De março a junho, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Agora, o mercado espera uma elevação maior, de 1,25 ponto, para que a taxa suba a 7,5% ao ano, nesta reunião.

 

A Selic é o principal instrumento utilizado pelo BC para alcançar a meta de inflação.

 

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

 

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

 

Para o fim de 2022, a estimativa do mercado é que a taxa básica fique em 9,5% ao ano. E para o fim de 2023 e 2024, a previsão é 7% e 6,5% ao ano, respectivamente.

 

Inflação

 

A previsão das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, subiu de 8,69% para 8,96%. É a 29ª elevação consecutiva na projeção. Para 2022, a estimativa de inflação é de 4,4%. Para 2023 e 2024, as projeções são de 3,27% e 3,02%, respectivamente.

 

A previsão para este ano está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

 

Puxada pelo aumento dos preços de energia elétrica e combustíveis, em setembro, a inflação chegou a 1,16%, o maior para o mês de setembro desde 1994, quando foi de 1,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o índice está em 10,25%, acima dos 9,68% registrados nos 12 meses anteriores. Este ano, a inflação já acumula uma alta de 6,9%.

 

PIB e dólar

 

A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia caiu de 5,01% para 4,97%, este ano. Para o próximo ano, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,4%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2% e 2,25%, respectivamente.

 

A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,25 para R$ 5,45, para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana se mantenha nesse mesmo patamar.

 

Matéria alterada às 11h01 para acréscimo de informação no último parágrafo.

 

AGÊNCIA BRASIL

Ministério reitera que horário de verão não resulta em economia de energia

 

Um novo estudo encomendado pelo Ministério de Minas e Energia reitera avaliação anterior de que a adoção de horário de verão não resulta em “economia significativa de energia”, e que as medidas adotadas pelas autoridades do setor são suficientes para garantir o fornecimento de energia.

 

Em nota, o ministério informa que “considerando análises técnicas devidamente fundamentadas, o MME entende não haver benefício na aplicação do horário de verão e que as medidas tomadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG) têm se mostrado suficientes para garantir o fornecimento de energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional de energia elétrica (SIN) na transição do período seco para o período úmido”.

 

De acordo com a pasta, a aplicação do horário de verão “não produz resultados na redução do consumo nem na demanda máxima de energia elétrica ou na mitigação de riscos de déficit de potência. Além disso, na avaliação mais recente das condições de atendimento eletroenergético do SIN, realizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para este mês de outubro, verifica-se que o sistema se encontra com recursos energéticos suficientes para o adequado atendimento à potência”.

 

O MME acrescenta que, segundo os novos estudos, a redução observada no horário de maior consumo (entre as 18 e 21h) acaba sendo compensada pelo aumento da demanda em outros períodos do dia, em especial no início da manhã. “Pelas prospecções realizadas pelo ONS, não haveria impacto sobre o atendimento da potência, pois o horário de verão não afeta o consumo no período da tarde, quando se observa a maior demanda do dia”, complementa a nota.

 

Agência Brasil

A importância dos Emirados Árabes Unidos para indústria brasileira

 

As dezenas de pavilhões da Expo Dubai 2020 erguidos para exibir os feitos dos países sob vistosas estruturas da arquitetura moderna são o grande atrativo do maior evento mundial para seus visitantes. Mas eventos como as Expos atraem um outro tipo de público, o do turismo de negócios. Formado por entidades do setor privado e empresários, ou em busca de conhecer melhor o mercado árabe, de modo a adequar estratégias de internacionalização, ou já de olho em fazer investimentos e fechar negócios.

 

Mas afinal, qual é a importância dos Emirados Árabes Unidos na agenda comercial e econômica do Brasil, que já é o principal parceiro do país árabe na América Latina? E do que estão em busca os mais de 300 empresários e lideranças institucionais que participarão da missão prospectiva de negócios que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) coordenará aos emirados árabes entre 11 e 20 de novembro?

 


“O mercado representa uma oportunidade de atuação das empresas brasileiras em todo o Oriente Médio, África e sul da Ásia, usando os EAU como hub logístico para outros países da região. Trata-se de um país rico, em desenvolvimento, com importantes linhas de financiamento e subsídio para estabelecimento de novos negócios”, explica Felipe Spaniol, coordenador de Serviços de Internacionalização da CNI.


EAU são o segundo maior parceiro no Oriente Médio

 

 

 

Como a Agência de Notícias da Indústria mostrou na primeira matéria sobre as oportunidades que a Expo Dubai pode trazer ao setor produtivo brasileiro, o evento concentra autoridades, lideranças empresariais em um único local, o que viabiliza oportunidades de negócios, investimentos e networking. Neste caso específico, ocorre num país que é o 29º em corrente de comércio com Brasil e o segundo no Oriente Médio, atrás apenas da Arábia Saudita, com US$ 2,1 bilhões em fluxo de mercadorias (no acumulado de janeiro a setembro de 2021).

 

Spaniol acrescenta que os Emirados Árabes Unidos são, atualmente, um dos países árabes com maior abertura para o mundo ocidental. Setores da indústria brasileira como o alimentício, que adequaram suas práticas para que pudessem exportar alimentos em acordo com as regras islâmicas, já mantém operações nos emirados e respondem pelo principal produto da pauta de exportação ao mundo árabe. A missão, assim, representa oportunidades para empresas de outros ramos fazerem contatos e conhecerem a cultura de negócios do país.

 

“Ter uma operação nos Emirados Árabes Unidos pode significar para uma empresa brasileira consolidar uma plataforma de acesso a mercados com os quais hoje não se tem acesso. Dubai não oferece só vantagens do ponto de vista logístico, por sua localização geográfica, mas também a possibilidade de ingresso em mercados que já mantém fluxos comerciais com os EAU e para os quais as empresas encontram maiores dificuldades de entrar apenas com suas operações a partir do Brasil”, explica Spaniol.

 

Fonte: CNI

CMN remaneja R$ 1,3 bi para cafezais afetados pelas geadas no último inverno

Os produtores de café afetados pelas geadas no último inverno poderão ter acesso a R$ 1,32 bilhão em linha especial de crédito para a recuperação de cafezais danificados, decidiu na quinta-feira (21) o Conselho Monetário Nacional (CMN). Os recursos vêm de remanejamentos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).

 

Em nota, o Ministério da Economia informou que a realocação do dinheiro foi aprovada após recomendação do Conselho Deliberativo da Política do Café. O montante estava nas demais linhas do Funcafé – custeio, comercialização, capital de giro e financiamento para aquisição de café – e tinha sido reservado em agosto, de forma preventiva, para fazer frente aos danos provocados pelas geadas.

 

Os empréstimos para restaurar os cafezais poderão ser contratados até 30 de junho de 2022. O limite por produtor, o prazo de reembolso e a carência (adiamento do pagamento da primeira parcela) serão definidos de acordo com o procedimento necessário para a recuperação da lavoura: decote (poda leve) esqueletamento (poda em cone), recepa (corte de parte do tronco) e arranquio (retirada da planta).

 

O produtor que precisar fazer decote poderá pegar até R$ 300 mil emprestados. Para as demais operações, o limite individual aumenta para R$ 750 mil. O prazo de reembolso será de dois anos para decote; três anos (com dois anos de carência) para esqueletamento; seis anos (com três de carência) para recepa; e oito anos (com três de carência) para arranquio.

 

Agricultura familiar

 

O CMN também flexibilizou os critérios para os agricultores familiares financiarem máquinas, equipamentos, implementos e veículos por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A maioria dos itens não precisará constar de relação de produtos do Ministério da Agricultura.

 

A exigência permanece apenas para tratores, colheitadeiras e máquinas autopropelidas para pulverização e adubação. Segundo o Ministério da Economia, a medida reduz custos e facilita o acesso dos agricultores familiares ao crédito para investimentos na produção.

 

Agência Brasil

Após cinco anos em queda, número de empresas no Brasil cresceu em 2019

Pesquisa inédita, divulgada ontem (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que, após cinco anos em queda, o número de empresas ativas no país aumentou em 2019. Houve um acréscimo de 6,6% na comparação com 2018. Da mesma forma, cresceu o total de assalariados que trabalham para entidades empresariais. O aumento de 774,8 mil representa alta 2,4%.

 

Intitulada Demografia das Empresas e Empreendedorismo, a pesquisa revela as taxas de entrada, saída e sobrevivência das empresas, além da mobilidade e idade média delas. Mostra ainda dados relacionados à ocupação assalariada. Há recortes por atividades econômicas e regiões do país. O IBGE reúne esses indicadores anualmente desde 2008. Não são considerados no levantamento órgãos públicos, entidades sem fins lucrativos, microempreendedor individual (MEI) e organização social (OS).

 

A análise exploratória das entidades que mais geraram empregos no período considerado pode ser utilizada como material de apoio para estudos futuros sobre o tema, sobretudo os relacionados às políticas públicas que visem a fomentar a geração de empregos no Brasil”, registra o IBGE. O órgão aponta ainda que os indicadores reunidos na pesquisa são importantes para avaliar o dinamismo empresarial no país.

 

Em 2019, o Brasil tinha 4,7 milhões de empresas com uma idade média de 11,7 anos. Elas contavam com 33,1 milhões de trabalhadores assalariados. Nesse mesmo ano, as entradas de novas empresas totalizaram 947,3 mil. Considerando que as saídas foram 656,4 mil, o saldo positivo foi de 290,9 mil.

 

O IBGE considera que parte desse resultado pode refletir um ajuste na base de dados. Isso porque a pesquisa usa como referência o Cadastro Central de Empresas (Cempre) do próprio instituto, que é atualizado todos os anos a partir de outros estudos. Ele também leva em conta a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registros administrativos do Ministério do Trabalho e Previdência. Mas em 2019, ambos começaram a ser substituídos pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).

 

“Observa-se que as 4,7 milhões de empresas ativas tinham 5,2 milhões de unidades locais também ativas, das quais 50,5% estavam localizadas na Região Sudeste; 22,5%, na Região Sul; 14,9%, na Região Nordeste; 8,4%, na Região Centro-Oeste; e 3,7%, na Região Norte”, constatou o IBGE.

 

As áreas econômicas de maior destaque foram “atividades profissionais, científicas e técnicas”. O saldo positivo foi de 61.388 empresas. Nesse setor, segundo o IBGE, enquadraram-se muitos profissionais liberais que atuam oferecendo serviços e consultorias em gestão empresarial, engenharia, direito e contabilidade. “Saúde humana e serviços sociais” foi outra atividade econômica que se destacou. O saldo positivo, de 44.294 empresas, se deve principalmente à atenção ambulatorial exercida por médicos e dentistas.

 

Os números revelam a interrupção da sequência de quedas que se observou entre 2014 e 2018. Antes desse período, o Brasil registrou pelo menos seis anos de crescimento do número de empresas: o saldo anual foi positivo de 2008, quando as análises começaram a ser realizadas, até 2013.

 

É importante notar que o IBGE não avaliou ainda impactos da pandemia de covid-19, que teve início no Brasil em março de 2020. A influência da crise sanitária no país poderá ser observada na próxima edição da pesquisa, que deverá ser publicada no ano que vem e trará os dados de 2020.

 

Sobreviventes

 

Das 4,7 milhões de empresas no país existentes em 2019, 79,8% eram sobreviventes e 20,2% representavam novas entradas. A pesquisa aponta que a média salarial mensal das empresas sobreviventes, de R$ 2.549,36, é superior à média salarial mensal das empresas iniciantes, de R$ 1.553,62. Revela também que 96,9% do pessoal ocupado assalariado estava empregado nas entidades sobreviventes e 3,1% nas iniciantes.

 

A pesquisa apurou ainda a evolução das empresas que foram criadas cinco anos antes, isto é, em 2014. Os resultados mostram que 77,2% sobreviveram após um ano de funcionamento, 64,9% após dois anos, 54,8% após três anos e 46,3% após quatro anos. Em 2019, passados cinco anos, as sobreviventes eram 37,6%.

 

É possível notar diferenças na taxa de sobrevivência conforme o porte da empresa. Aquelas que não possuem pessoas assalariadas, com atividades sendo desenvolvidas apenas por proprietários ou sócios, registraram índice de 32,1% após cinco anos. Entre as empresas criadas em 2014 com dez ou mais assalariados, 64,5% estavam ativas em 2019. Nas empresas intermediárias, que têm entre um e nove trabalhadores que recebem salário, esse índice foi de 49,1%.

 

Agência Brasil

Congresso: “A inovação transforma uma ideia que ainda não existe em algo concreto”

O painel de encerramento do evento de lançamento do Congresso de Inovação da Indústria Brasileira foi feito por Pedro Wongstchowski e pelo cofundador da Apple Steve Wozniak. Um ícone no Vale do Silício e um dos principais nomes mundiais da inovação, pioneiro ao tornar computadores acessíveis ao consumidor comum, Wozniak contou a trajetória da sua empresa para percorrer os caminhos da inovação desde então e apontou tendências futuras. Conheça a história de Steve Wozniak, o engenheiro eletrônico que impulsionou a indústria da computação.

Steve Wozniak é um dos maiores nomes mundiais da inovação. Se interessou por tecnologia ainda criança, quando estava na sexta série. Ele começou a criar fórmulas para o jogo da velha, uma de suas inspirações para criar regras e lógicas, uma função útil e que poderia ajudar muitas pessoas a jogar e não perder. Wozniak tinha um sonho de ser engenheiro elétrico e dar aulas, porque ele acha que os professores têm muito a ver com o futuro.

No ensino médio, ele encontrou um manual que descrevia arquitetura de um menin computador que dava para fazer várias configurações, mas era muito caro trabalhar com inputs e alt inputs, os custos eram muito altos. “Eu falei para o meu pai: um dia eu vou ser dono de um computador 4k, que terá uma linguagem de programação para que eu possa resolver problemas, como o que eu resolvi no jogo da velha. Meu pai disse que isso iria custar o equivalente a uma casa. Mas eu decidi que queria trabalhar com computadores, que eu iria ter um computador mais valioso que uma casa”, lembra.

A realização de um sonho

Para conseguir recursos para comprar materiais e criar seu próprio computador, Steve Wozniak começou a estagiar na empresa HP, ainda quando jovem, com apenas 16 anos. Ele desenvolveu diversos produtos, entre calculadoras científicas altamente tecnológicas e eficazes. Mesmo trabalhando, na corrida pela criação do seu primeiro computador, Wozniak desenvolveu a parte de designer e um executivo da empresa que ele trabalhava conseguiu comprar peças para ele, pois era muito dinheiro e ele não tinha recursos para isso. “Foi nessa época também que conheci o Steve Jobs, quando ele tinha 16 anos, e eu fazia estágio na HP. Ele tinha uma boa visão de negócios e eu trabalhava como engenheiro. Mesmo sem diploma, eu fazia os melhores produtos da época e o Steve Jobs já queria transformar minhas invenções em dinheiro”, relembra.

Wozniak aprendeu sozinho a programar e projetar computadores. Ele sabia que para criar seu próprio computador era necessário criar conexões e sistemas de transmissão. Ao lembrar que a televisão era a única coisa que ele conseguiria comprar, passou a trabalhar com videogames. “Comprei microprocessadores a US$ 40, na época, e comecei a montar meu próprio computador. Ao levar meu computador, em criação, para o clube que eu frequentava, despertou o interesse das pessoas. Todo mundo queria ter um e as grandes empresas de computadores diziam que isso não era possível. Mas eu vi que era possível criar um computador paras as pessoas, ou até mesmo que elas conseguissem construir seu próprio equipamento sem usar apenas o da empresa”, disse.

Os computadores seriam basicamente uma tela e um teclado. Foi quando o Steve Jobs disse para abrirem uma empresa, conhecida mundialmente como Apple. Mesmo assim, após dez anos que as pessoas começaram a aceitar a ideia de ter seu próprio computador e a comprá-lo.

A inovação como tendência

Steve Wozniak ressalta que as grandes empresas ainda têm um modelo engessado de ver a inovação como um processo transformador e necessário para o crescimento. Em paralelo, as startups já possuem essa visão de crescimento e que precisa ser trabalhada. “A inovação pega algo que é virtual, que ainda não existe, uma ideia e transforma em algo concreto, que você possa segurar na mão, assim como fiz com os computadores. Transformei minha ideia em algo real”.

As startups se baseiam em novos dispositivos, produtos e em inovação. Para as empresas maiores é difícil lidar com essa velocidade da mudança. As empresas precisam aprender a manter o espírito de inovação e de empreendedorismo para buscar novas ideias. As grandes empresas têm muitos recursos e com isso conseguem facilitar a inovação. “Seria importante mudar a visão das empresas e fazer elas enxergarem como a inovação pode gerar receita, valorizando seus produtos. As startups têm pensamentos mais modernos e seguem as tendências de mercado. Elas têm muitas ideias e conseguem identificar produtos que o mercado precisa. As empresas precisam aprender a identificar também bons produtos”, destaca Wozniak.

O engenheiro destaca que as empresas precisam acompanhar as mudanças no mercado. Ele ressalta que na Apple, por exemplo, o que sempre aprendemos é que se o mercado mudar, temos que mudar. “A rentabilidade é uma forma de medir se a empresa está indo bem. Pensamos que não dá para criar o mesmo produto sempre, temos que inovar, pensar em novas tendências. A Apple sempre foi muito inovadora, porque pensamos em estilo de vida das pessoas, esse é o nosso novo conceito. Agora entramos em serviços como a Apple TV, que visa atender a novos estilos das pessoas”.

Para Wozniak, os maiores desafios para as gerações futuras serão encontrar boas tendências, entender o que é bom e o que é ruim. Hoje todos têm um smartphone na palma da mão, mas a privacidade dos seus dados está disponível. A revolução digital trouxe essa era de insegurança da informação com os dados expostos. “A cibersegurança vem para proteger esses dados e quem sabe projetar um novo tipo de internet, onde as pessoas podem pagar para manter seus dados guardados. A Apple já faz isso com seus clientes, que pagam um valor mensal para ter suas fotos, dados salvos em uma nuvem, em que apensas o dono tenha acesso”.

ANP divulga recorde na produção de petróleo e gás natural no pré-sal no mês de setembro

A produção de petróleo e gás natural nos campos da camada pré-sal totalizou 2,85 milhões de barris de óleo equivalente por dia em setembro, o que representa 74,10% do total nacional, que alcançou no mês 3,84 milhões de barris.

 

Os dados, do Painel Dinâmico de Produção de Petróleo e Gás Natural, foram divulgados ontem, (21) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e são recorde na produção mensal do pré-sal, tanto em termos absolutos quanto em percentual da produção nacional.

 

Desde a descoberta do Campo de Tupi, em abril de 2009, a produção acumulada no pré-sal chegou a 5,02 bilhões de barris. A ANP destaca que esse número ultrapassou toda a produção acumulada em campos terrestres desde 1941, que somou 4,96 bilhões de barris óleo equivalente.

 

Por bacia sedimentar, a maior produção no mês de setembro foi em Santos, com 2,74 milhões de barris, atingindo 71,36% do total nacional. O valor também é recorde histórico para a Bacia de Santos. O principal campo produtor segue sendo Tupi, com 1,22 milhões de barris, sendo 948 mil barris de petróleo e 43,12 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

 

O poço com a maior produção foi o 7-BUZ-10-RJS, do Campo de Búzios, que registrou no mês passado 67,5 mil barris, a quarta maior produção histórica por poço. Por estado, o Rio de Janeiro é o maior produtor do país, com 3 milhões de barris, o que corresponde a 78,5% do total nacional, sendo 81,8% do petróleo e 66,3% do gás natural produzidos no país.

 

A ANP ressalta que os dados do Painel Dinâmico são preliminares e podem mudar, de acordo com os ajustes feitos pelas empresas concessionárias até a publicação dos dados consolidados no Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural.