Em diversos processos de beneficiamento industrial de biomassa, há a geração de material residual que em muitos casos não têm valor comercial e impactam financeiramente e ambientalmente, gerando gastos para a indústria. Hoje em dia, o grande desafio é criar alternativas tecnológicas e desenvolver rotas inovadoras para aproveitar essas biomassas residuais, convertendo esse resíduo em matéria-prima para outros processos. Com isso, é possível gerar retorno financeiro e fomentar a economia circular.
Atento a essa tendência de mercado, o ISI Biomassa (Instituto SENAI de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas, possui atuação em áreas que priorizam a valorização de diversos tipos de biomassas. De acordo com o pesquisador do Instituto, Hélio Merá de Assis, para o atender o setor industrial, são utilizadas diversas metodologias inovadoras, como processos biotecnológicos, processos fermentativos, enzimáticos, processos químicos catalíticos, geração de biocombustíveis, otimização e escalonamento de etapas industriais. “A atuação do ISI Biomassa está diretamente relacionada à transformação de biomassas em novas aplicações”.
Entre esses processos utilizados pelo ISI Biomassa, merece destaque a pirólise rápida, que, segundo Hélio Merá, é um processo de termoconversão, em que o material residual é degradado e gera novos produtos, com maior valor agregado e com diversas aplicações para o setor industrial. “Um exemplo disso é a obtenção de biocarvão, o Biochar, que pode ser utilizado em processo industrial de igual modo que o carvão convencional ofertado no mercado”.
Essa e outras soluções tecnológicas estão disponíveis para todas as indústrias de Mato Grosso do Sul e também do Brasil. “O ISI Biomassa tem toda a infraestrutura dedicada para projetos de inovação aplicada ao setor industrial. Diversos projetos já concluídos e outros em desenvolvimento”.
Além disso, o ISI Biomassa é uma unidade Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) capaz de auxiliar as indústrias a desenvolver alternativas tecnológicas, por intermédio de fomento financeiro, para aproveitamento de subprodutos de processos industriais. “Um dos princípios base para o reaproveitamento de subprodutos, muita das vezes descartados ou desprezados, é a possibilidade de reintroduzi-los como matéria-prima de um novo processo, visando a obtenção de um novo produto a ser utilizado internamente pela empresa ou, até mesmo, uma nova opção de mercado a ser explorada”.
