Publicação especializada em heveicultura destaca política de Mato Grosso do Sul para incentivar produção de borracha

 Portal Eletrônico Borracha Natural, especializado em notícias sobre heveicultura, publicou na segunda-feira (08-04) entrevista com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, abordando a política estadual para o setor. Na reportagem, o secretário afirma que está em estudo a adoção de incentivos para alavancar a produção de borracha natural no Estado. A intenção é dobrar a área plantada com seringueiras, que hoje é de pouco mais de 22 mil hectares.

 

Leia abaixo a entrevista na íntegra, com divulgação autorizada pelo Portal Borracha Natural:

 

 

Governo do MS pretende isentar imposto da borracha natural

 

Camila Gusmão

 

A produção da borracha natural vem se intensificando no Centro-Oeste brasileiro. No Mato Grosso do Sul, a implantação da cultura tem avançado em municípios como Aparecida do Taboado, Paranaíba, Inocência e Cassilândia, região conhecida como Costa Leste.

 

Embora não possua dificuldade logística para o escoamento da produção – já que os municípios da Costa Leste são bem próximos do município paulista de São José do Rio Preto, conhecido como o “Polo Nacional da Borracha”, onde no entorno estão instaladas a maioria das usinas de beneficiamento do país -, heveicultures pleiteiam a isenção do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) na venda de látex. Hoje, a alíquota deste imposto é de 12%.

 

“Nós tivemos um ‘boom’ de plantio de seringueira com incentivo da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Agora, juntamos Famasul, produtores e indústria, e identificamos alguns gargalos no setor. Devido à pouca produção, já que muitos plantios são recentes, não temos volume para atrair uma agroindústria para cá. Por isso, a solução seria a isenção do ICMS momentaneamente”, explica Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

 

Plano de expansão

 

De acordo com o secretário, o objetivo é seguir três passos para alavancar a heveicultura no Mato Grosso do Sul, começando pela ampliação da área plantada, depois o aumento da produção da borracha natural e, por último, trazer uma usina produtora de GEB para o Estado.

 

“Para isso, estamos fazendo com que a Associação dos Produtores de Borracha de Aparecida do Taboado e Região (Aprobat) se torne uma associação estadual. E estamos discutindo um plano de expansão da cultura com isenção de ICMS para os produtores que aumentarem a área plantada, como um incentivo fiscal por um período, até o Estado possuir processamento interno da borracha”, explica Verruck.

 

Segundo Verruck, a meta é dobrar o plantio de seringueira em três anos para 40 mil hectares plantados. Hoje, o estado possui pouco mais de 22 mil hectares.

 

“A região da Costa Leste possui muita área extremamente plana com plantações parecidas, como eucalipto, e tem condições adequadas para a seringueira sem supressão de outra cultura, com alternativa até de integração. Queremos tornar o Mato Grosso do Sul um importante ‘player’ da borracha natural no Brasil”, afirma.

 

Tecnologia

 

Para Gilmário Libório, CEO da Bioworldtec – empresa que produz e comercializa ferramentas para a heveicultura, como a faca automatizada para sangria -, que participou de encontros com o governo, a principal ação é a remodelação da heveicultura no Estado.

 

“Nosso país tem uma demanda reprimida de borracha natural. Importamos aproximadamente 70% da nossa necessidade, então há um espaço imenso para crescimento e geração de emprego e renda para os trabalhadores brasileiros. Acredito no potencial de expansão no Mato Grossso do Sul, pois o Estado encontra condições para desenvolvimento da heveicultura, na temperatura e na distribuição uniforme das chuvas durante todo o ano, solos com permeabilidade e profundidade adequadas, e pH dentro do desejado para a cultura”, explica.

 

Segundo Libório, a Bioworldtec possui vários projetos para o Estado, mas, por uma questão estratégica, ainda não podem ser divulgados.

 

O projeto de reestruturação da cadeia produtiva da borracha natural no Mato Grosso do Sul foi discutido durante o primeiro Encontro da Cadeia da Borracha do Estado, realizado em março, em Campo Grande, pela Famasul e Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems).

 

 

Foto: Governo do Estado MS

Fiems e Sedesc alinham novo formato para o programa de incentivo ao desenvolvimento de Campo Grande

O presidente da Fiems, Sérgio Longen, e o novo titular da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Campo Grande), Herbert Assunção, reuniram-se, na terça-feira (09/04), no Edifício Casa da Indústria, para alinhar um novo formato para o Prodes (Programa para Incentivos ao Desenvolvimento Econômico e Social de Campo Grande). “Entendemos que precisamos de um formato mais moderno para esse Programa, que visa o fortalecimento da industrialização do município. Da mesma forma que foi revisto o Plano Diretor da Capital, precisamos de um novo modelo para a atração de indústrias”, afirmou.

 

Sérgio Longen destaca que tratou com Herbert Assunção sobre a forma que se pode avançar na busca de segmentos da indústria para se instalarem no município de Campo Grande. “Definimos que faremos um levantamento desses segmentos, depois vamos levantar onde as indústrias interessadas poderão se instalar no município. Porém, primeiro precisamos acertar que empresas podem melhor absorver a mão de obra da Capital e como o Sistema Fiems, por meio do Sesi, Senai e IEL, poderá contribuir na qualificação desses trabalhadores”, pontuou.

 

Ele ressalta esse novo modelo para a atração de novos empreendimentos é necessário, pois já está ultrapassado o formato de apenas conceder incentivos fiscais e fazer a doação de terrenos. “A soma dos esforços unido à vontade da Prefeitura, do novo secretário e também dos vereadores, alguns, inclusive, já me procuraram nesse sentido, é interessante para o município de Campo Grande. Com certeza, se conseguirmos avançar nessa direção, esse modelo inovador de Campo Grande serviria para todos os outros municípios do Estado na atração de investimentos”, analisou.

 

Positiva

 

O presidente da Fiems classifica como positiva a intenção do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia de Campo Grande de modernizar o Prodes e destaca como relevante a necessidade de uma discussão com a Câmara de Vereadores para saber como a Casa de Leis pensa sobre essa questão. “Acredito que, aliando a parte técnica, no início do 2º semestre já poderemos definir um projeto para ser entregue ao prefeito Marquinhos Trad para que ele possa dar o encaminhamento necessário”, projetou.

 

Já o secretário Herbert Assunção, que assumiu a Sedesc no mês de março, reforça que a prioridade está na reestruturação do Prodes, com uma legislação mais moderna e desburocratizada. “O grande objetivo desse programa é desenvolver a indústria de Campo Grande e essa reunião com o presidente da Fiems foi fundamental para ouvir as demandas e sugestões do setor empresarial e, a partir de agora, começaremos na elaboração desse novo modelo”, assegurou.

 

Formado em Administração, doutorando em Ciências Econômicas com ênfase em Administração Pública e com mais de 20 anos de experiência em Consultorias em Gestão Pública, Herbert Assunção explica que a Lei que instituiu o Prodes já tem 20 anos e desde então sofreu algumas alterações. No entanto, basicamente, trata das possibilidades de incentivos e isenções, das atribuições das empresas e das hipóteses em que esses benefícios podem ser revogados, sendo que nesta mesma norma são estabelecidas as atribuições do Codecon (Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico) e sua composição.

 

Produção e vendas de motocicletas crescem e superam expectativas

Nos três primeiros meses do ano foram produzidas 276.835 motocicletas no país, um aumento de 6,6% ante igual período do ano passado, quando foram produzidas 259.587 unidades, segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

 

As vendas no atacado também acompanharam o movimento de alta no primeiro trimestre, somando 270.641 motocicletas comercializadas, uma alta de 15,7% ante mesmo período de 2018 (234.010) . Apenas em março o repasse de motocicletas para as concessionárias foi de 93.559 unidades, aumento de 7,2% na comparação com março de 2018 (87.243unidades). Na comparação com fevereiro foi registrada queda de 2% (95.427 unidades).

 

Na avaliação de Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, a retomada do setor de motocicletas no mercado interno no primeiro trimestre superou as expectativas. “A estabilidade das taxas de juros no menor patamar histórico e a ampliação da oferta de crédito pelos bancos têm contribuído para a recuperação mais acelerada do setor”.

 

Considerando somente o mês de março, a produção do setor foi de 91.537 motocicletas, o que representa uma queda de 3,3% na comparação com o mesmo mês de 2018 (94.649 unidades) e queda de 9,6% ante fevereiro (101.292 unidades). “Tivemos 19 dias úteis em março, dois a menos que no mesmo mês do ano passado e um a menos que fevereiro”, explicou Marcos Fermanian.

 

Venda ao consumidor

 

Os emplacamentos de motocicletas tiveram alta de 17,9% neste primeiro trimestre, de acordo com levantamento do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Foram emplacadas 258.652 motocicletas no período, em 2019, e 219.304 no mesmo período, em 2018.

 

Somente em março, foram licenciadas 83.798 motocicletas, aumento de 5,6% ante março de 2018 (79.320 unidades). Na comparação com fevereiro foi registrada queda de 0,4% (84.150 motocicletas).

 

Em março deste ano, a média diária de vendas foi de 4.410 unidades, crescimento de 16,8% ante março do ano passado (3.777 unidades) e de 4,8% ante fevereiro (4.208 motocicletas). “É o melhor resultado alcançado pelo setor para o mês de março desde 2015. O aumento na média diária comprova a retomada do setor”, avaliou Fermanian.

 

Exportações

 

No primeiro trimestre, houve queda de 51,2% na exportação de motocicletas em relação ao ano anterior. Foram exportadas 11.382 motocicletas neste ano e 23.320 unidades no mesmo período do ano passado.

 

Em março, o volume embarcado foi de 3.525 unidades, redução de 54,5% na comparação com o mesmo mês de 2018 (7.747 motocicletas). Em relação a fevereiro, houve aumento de 7,2% (3.287 unidades).

 

“Já em relação às exportações, o recuo está diretamente relacionado à redução dos embarques para a Argentina, principal destino das motocicletas fabricadas no Polo industrial de Manaus”, disse Fermanian.

 

Segundo divulgou a Abraciclo, dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, a Argentina foi o principal comprador de motocicletas brasileiras no primeiro trimestre, com 3.832 unidades, 37,7% do total. Em segundo lugar ficaram os Estados Unidos, com 2.224 unidades e 21,9% de participação, e em terceiro o Canadá, 1.488 unidades e 14,7% de participação.

 

Em março, a Argentina se manteve como principal comprador com 2.660 motocicletas, com 53,2% do total, seguida pelo Canadá, com 988 unidades e 19,7% de participação, e pelos Estados Unidos, com 608 unidades e 12,2% de participação.

 

Fonte: Agência Brasil

Custo da construção sobe 0,52% em março, segundo dados do IBGE

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou inflação de 0,52% em março.

 

A taxa ficou acima do 0,21% de fevereiro e do 0,14% de março do ano passado. O Sinapi acumula taxa de 4,86% em 12 meses, acima dos 4,47% dos 12 meses anteriores.

 

Com a alta, o custo nacional da construção, por metro quadrado, subiu para R$ 1.126,82.

 

O custo dos materiais aumentou 0,79% e passou a ser de R$ 588,23 por metro quadrado. Já a mão de obra ficou 0,23% mais cara e passou para R$ 538,59 por metro quadrado.

 

Fonte: Agência Brasil