Inflação medida pelo IPC-S cai em cinco capitais brasileiras, segundo mostra pesquisa da Fundação Getúlio Vargas

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), referente ao dia 31 de outubro, registrou queda de 0,09% e ficou 0,02 ponto percentual abaixo da taxa anterior, de 22 de outubro. Com isso, o indicador acumula alta de 2,81% no ano e 2,93% nos últimos 12 meses.

 

Os dados foram divulgados hoje (4), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em cinco capitais houve queda na comparação com a divulgação anterior.

 

A maior variação negativa foi em Recife, onde o índice caiu 0,26% na semana, acumulando alta de 2,8% no ano e de 2,81% em 12 meses. Os destaques da capital foram os grupos Comunicação, que passou de 0,36% para -0,49%, e Habitação, que foi de -0,10% para -0,24%.

 

A segunda maior queda foi registrada no IPC-S de Brasília, que caiu 0,24% e acumulou alta de 1,56% no ano e 1,21% em 12 meses. Os destaques também foram Comunicação e Habitação, com taxas variando de 0,56% para -0,25%, e de -0,49% para -0,99%, respectivamente.

 

As cidades de Salvador e de Belo Horizonte tiveram variação menor do que na semana anterior. A capital baiana registrou queda de 0,3% e o IPC-S ficou 0,06 ponto percentual acima da taxa anterior, com acumulado de 3,57% no ano e de 3,50% em 12 meses.

 

Os destaques para a aceleração do indicador foram Habitação, que passou de -0,27% para 0,30%, e Educação, Leitura e Recreação, que foi de 0,20% para 0,29%.

Em Belo Horizonte a taxa caiu 0,04% e ficou 0,04 ponto percentual acima da anterior. Com isso, a alta acumulada no ano está em 2,93% e em 12 meses, 3,15%.

 

As principais altas foram nos grupos Alimentação e Despesas Diversas, com taxas variando de -0,36% para -0,05%, e de 0,44% para 0,66%, respectivamente.

Em Porto Alegre o IPC-S variou 0,02%, ficando 0,04 ponto percentual abaixo da taxa anterior, com alta de 2,64% no ano e de 2,89% nos últimos 12 meses. No Rio de Janeiro o índice caiu 0,19%, ficando 0,02 ponto percentual abaixo da última taxa divulgada.

 

O índice para os cariocas acumula alta de 2,39% no ano e de 3,22% em 12 meses. E em São Paulo, o IPC-S caiu 0,03%, ficando 0,01 ponto percentual abaixo da taxa anterior e acumula alta de 3,27% no ano e de 3% nos últimos 12 meses.
Fonte: Agência Brasil

Brasil tem 5 milhões de pessoas superendividadas; total equivale a 6% dos tomadores de crédito

“Em oito meses minha dívida com eles cresceu mais de cinco vezes. Eles chegaram a bater na minha casa, criando constrangimento. Tinha noites que eu não dormia achando que eles iam penhorar e leiloar o meu imóvel.” O depoimento é da bancária aposentada Lindaura Luz (nome fictício) que, nos últimos anos, acumulou dívidas de empréstimos consignados, cheque especial e cartão de crédito com dois dos maiores bancos privados do país, após perder parte de sua renda mensal, com o término do aluguel de uma loja na avenida W3 Sul, em Brasília, que herdou após a morte do marido.

 

Os pesadelos e a visita incômoda de cobradores acabaram quando Lindaura procurou a Justiça para forçar a renegociação das dívidas que tinha junto a dois dos maiores bancos privados do país. O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e de Cidadania Superendividados (Cejusc) do Tribunal de Justiça do DF e Territórios mediou reuniões entre credores e a ex-bancária. As dívidas foram amortizadas e reparceladas. Parte foi quitada e parte está com pagamento em dia.

 

A história de Lindaura Luz é ilustrativa dos casos de superendividamento no Brasil. Segundo levantamento, ainda em finalização, do Banco Central (BC), há cerca de cinco milhões de pessoas superendividadas em um universo de 83 milhões de tomadores de empréstimo (6% do total).

 

De acordo com apresentação feita por técnicos do BC em Brasília, o risco de superendividamento é maior quando o mutuário acumula mais de uma modalidade de crédito. Em junho de 2019, conforme dados expostos pelo BC, 10 milhões de tomadores de crédito estavam em atraso com seus compromissos. Mais de 9 milhões de pessoas tinham pelo menos mais de uma modalidade de dívida. Dessas, a situação de superendividamento atingia, então, mais da metade (55%) dos endividados.

 

A condição de superendividamento não tem necessariamente relação com as taxas inadimplência (dívida em aberto há mais de 90 dias). Conforme a página de estatísticas monetárias do site do Banco Central, naquele mês a taxa de inadimplência do crédito consignado era de 3,6% e da aquisição de veículo, 3,3%. O não pagamento em dia do crédito pessoal atingia 7,4%; do cheque especial, 14%; e do rotativo do cartão de crédito, 33,5%.

 

Fonte: Agência Brasil