Nova Ferroeste: Grupo de Trabalho realiza visita técnica no Porto de Paranaguá

O Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário (GT Ferrovias) fez, nesta terça-feira (9), a primeira visita técnica ao Porto de Paranaguá. A comitiva que conta com a participação da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) conheceu os projetos que a Portos do Paraná desenvolve para aumentar a participação dessa matriz modal no transporte de carga. A pauta do encontro foi a importância da integração e os impactos para o projeto da Nova Ferroeste.

 

“A questão ferroviária nos é primordial. Os projetos em desenvolvimento pelo GT do Plano Estadual Ferroviário casam muito com o que estamos desenvolvendo aqui. O interesse em fomentar o modal ferroviário é recíproco”, diz o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, que recepcionou o grupo. Os projetos em desenvolvimento pela Portos do Paraná preveem transporte de 20 milhões de toneladas de graneis sólidos de exportação, só por ferrovia.

 

Em Paranaguá o grupo visitou o pátio da Rumo (concessionária que administra a ferrovia na região), no quilômetro 5; a área onde será a moega ferroviária no Corredor de Exportação Leste (Moegão); a moega pública onde atualmente os vagões descarregam junto com os caminhões; e o cais do Porto de Paranaguá.

 

“O porto é peça fundamental no processo porque sem ele não se chega ao cliente final. A ferrovia vai conectar o setor produtivo com o porto e, consequentemente, o cliente final. Se não tiver uma integração entre os modais, não adianta ter um braço forte e outro não. É preciso integrar e balancear”, diz o engenheiro Luiz Henrique Fagundes, coordenador GTFerrovias.

 

Segundo o diretor-geral da Ferroeste, André Gonçalves, a visita mostrou para a área técnica como o porto funciona hoje, sendo um dos mais eficientes do Brasil, e quais os projetos que estão sendo desenvolvidos que, em alinhamento com o Plano Estadual Ferroviário, podem atender todo o potencial do setor produtivo.

 

“Nosso objetivo principal é chegar ao Porto de Paranaguá com eficiência, com velocidade e com uma capacidade de carga muito maior do que a que se faz hoje. O Oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, Paraguai são regiões de produção agrícola e agroindustrial muito fortes, que precisam melhorar sua eficiência logística e o Porto pode dar suporte a toda essa capacidade de transporte que queremos trazer para cá”, afirma Gonçalves.

 

SETOR PRODUTIVO

 

A grande integração da nova ferrovia no Estado é com Mato Grosso do Sul. Representando a Semagro, o assessor de Logística Lúcio Lagemann, afirmou que o volume da produção sul-mato-grossense a ser escoada pelo Porto de Paranaguá é grande.

 

“A integração que o Mato Grosso do Sul deseja, através da Ferroeste, é uma melhoria na logística com um custo benefício tanto para o nosso produtor quanto para os nossos importadores. A gente acredita que esse projeto em desenvolvimento pelo Estado do Paraná, até o Porto de Paranaguá, é o que vai dar mais competitividade levando desenvolvimento para o nosso produtor, levando desenvolvimento, emprego e renda para o nosso Estado”, afirma.

 

(Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)

Segundo Lagemann, 60% da produção agrícola do MS é exportada pelo Porto de Paranaguá. “Fiquei surpreso com a infraestrutura portuária de Paranaguá. Esta foi a primeira visita técnica. Os projetos são muito robustos e isso nos dá segurança. Parabéns ao Porto por todas as obras que dão suporte a todo o país, não só ao Mato Grosso do Sul”, disse o assessor logístico do Estado vizinho.

 

GT FERROVIA

 

O grupo trabalha vinculado à Secretaria de Estado do Planejamento e Projetos Estruturantes. Além de representantes da Secretaria, integram o GT a Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado do Paraná, Ferroeste, Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), TPF Engenharia, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Semagro/MS, e Secretaria de Apoio ao Licenciamento Ambiental e a Desapropriação do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do Governo Federal.

 

Entre os projetos em foco estão a expansão, em até 1.371 quilômetros, de uma nova ferrovia entre Maracaju (MS) e Cascavel (PR); a revitalização do atual trecho ferroviário entre Cascavel a Guarapuava; a construção de uma nova ferrovia entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá; além da construção de um ramal multimodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu.

 

O cronograma do Grupo prevê que os estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) estejam prontos até o final deste ano. “Os trabalhos estão indo muito bem. Além da expansão da Ferroeste, estamos criando um ambiente de negócios voltado ao desenvolvimento de um modal ferroviário sustentável a longo prazo. Vamos criar um marco regulatório diferente, mais moderno. A grande meta é transformar, realmente, o Paraná em um Hub Logístico”, comenta Luiz Henrique Fagundes, coordenador GTFerrovias.

 

Em Mato Grosso do Sul a Nova Ferroeste vai passar por oito municípios, ligando Mundo Novo a Maracaju. Com início num dos principais municípios agrícolas do Estado, a Ferroeste viabiliza o escoamento de 70% da safra de grãos de Mato Grosso do Sul rumo ao Porto de Paranaguá com destino à exportação.

 

Titular da Semagro, o secretário Jaime Verruck destaca ainda que em março uma equipe de consultores estará no Mato Grosso do Sul para uma visita técnica nos oito municípios. “Hoje nós fechamos o traçado da ferrovia, considerando seus impactos em áreas indígenas e de conservação e os estudos de demanda de cargas para os próximos 60 anos”, explica.