Plano Safra 2019/2020 atende plenamente expectativas do setor, diz secretário Jaime Verruck, da Semagro

O Plano Safra 2019/2020 anunciado na terça-feira (18) pelo governo federal corresponde amplamente aos anseios da classe produtora, na avaliação do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck. O governo anunciou a liberação de R$ 225,59 bilhões em créditos para financiamento de pequenos, médios e grandes agricultores de todo o país, sendo que R$ 31,22 bilhões são para o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf).

 

Esse ponto mereceu destaque na análise de Verruck. “É fundamental perceber que, depois de 20 anos, se faz o anúncio de um Plano Safra para agricultura empresarial e familiar juntas. A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) acerta nessa decisão, entendendo que o Plano Safra dá a diretriz para que a gente tenha um recorde na colheita de grãos no próximo ano.”

 

O secretário ponderou, ainda, sobre dois receios que o mercado tinha e que não se confirmaram com o anúncio do Plano Safra 2019/2020, fato capaz de gerar uma onda de otimismo no setor. O primeiro era quanto a uma possível redução no montante que seria disponibilizado para financiamento, tendo em vista a situação complicada das finanças do país. “Isso não aconteceu, o valor é praticamente o mesmo do ano passado.” O segundo era de uma elevação substancial na taxa de juros. “Já se esperava que tivesse um ajuste, porém ficou até abaixo do que o mercado previa, com aumento de apenas 1 ponto percentual em relação ao ano passado.”

 

Outro ponto importante destacado pelo secretário foi o montante de R$ 1 bilhão para subvenção do Seguro Agrícola, quantia que representa o dobro do que foi ofertado na safra passada. “Essa era uma reivindicação forte dos produtores, para que se ampliasse o seguro agrícola”.

 

No conjunto, o anúncio do Plano Safra 2019/2020 cria “um cenário positivo para a agricultura brasileira”, observa o secretário, na medida em que o governo destaca a importância do agronegócio para a economia. “O Plano Safra indica que o novo governo reconhece a importância do agronegócio e demonstra a competência e eficiência da ministra Tereza Cristina ao trazer um plano que corresponda aos anseios da classe produtora.”

 

Plano Safra

 

O crédito estará disponível a partir de 1° de julho na rede bancária. Do valor do total do plano, R$ 222,74 bilhões vão para o crédito rural, R$ 1 bilhão para subvenção ao seguro rural e R$ 1,85 bilhão para apoio à comercialização. Dos recursos destinados ao crédito rural, R$ 169,33 bilhões vão para o custeio, comercialização e industrialização. Para investimento, são R$ R$ 53,41 bilhões.

 

Na parte de custeio, comercialização e industrialização, os juros para o Pronaf, que reúne os pequenos agricultores, são de 3% a 4,6% ao ano. Para o Pronamp, que reúne os médios agricultores, os juros serão de 6% ao ano e para os demais produtores, de 8% ao ano. Nos programas de investimento os juros vão de 3% a 10,5% ao ano.

 

O volume de recursos – R$ 1 bilhão – para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) mais que dobrou nesta temporada. A estimativa do Ministério da Agricultura é que a área segurada chegue a 15,6 milhões de hectares em 2020. O Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) e o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) terão disponíveis R$ 13,4 bilhões para segurar 120 diferentes culturas.

 

Outra novidade é que os recursos do Pronaf podem ser usados na construção e reforma de moradias de pequenos agricultores. Foram destinados R$ 500 milhões para essa finalidade, valor suficiente para construir 10 mil casas, de acordo com o Ministério da Agricultura.

 

 

Câmara Setorial de Florestas de Mato Grosso do Sul trabalha na atualização e organização de plano da cadeia produtiva

As demandas do setor de florestas, tanto plantada quanto nativa, vêm sendo tratadas em Mato Grosso do Sul com auxílio da Câmara Setorial de Florestas, que tem como coordenador, o engenheiro florestal Moacir Reis, gerente do Grupo Mutum. Ele é produtor de eucalipto para celulose, carvão vegetal destinado à indústria siderúrgica e ao uso doméstico, e ainda presidente da Reflore, importante Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, que reúne as maiores empresas do setor.

 

Com a finalidade de auxiliar na organização da cadeia produtiva, a Câmara se reuniu essa semana abrindo discussão com a Conab sobre tomada de preços de floresta, de madeira, que segundo Moacir, é um tema que merece ampla discussão e divulgação e tratando sobre a orientação aos produtores para importância de buscar informações sobre onde essas florestas podem ou não serem plantadas, para evitar surpresas negativas quanto ao retorno financeiro.

 

Segundo Moacir, a desinformação é um dos maiores problemas para quem trabalha no setor produtivo da madeira. Ele explica que há sim grande preocupação com o desmatamento e mais ainda com a preservação de arvores nativas, das reservas legais, áreas de proteção permanente (APP) e áreas de conservação, contudo ainda persistem muitos discursos equivocados a respeito desse tema. “Aqui no Mato grosso do Sul temos um entendimento sobre conservação e sustentabilidade diferenciado do resto do País. Crescemos olhando a questão ambiental, social e econômica e valorizando a parceria com o Governo do Estado que nos oferece o suporte necessário e tem sido fundamental para o desenvolvimento do setor”, disse.

 

Com a superação ainda em 2018, da meta de 1 milhão de hectares de área plantada de eucalipto e pinos prevista para ser alcançada em 2030, a Câmara observou a necessidade da atualização do Plano Florestal do Estado e vem trabalhando no escopo deste projeto. “Hoje o Estado tem duas industrias de celulose em três Lagoas, é um dos maiores produtores de celulose do Brasil e do mundo”.

 

Moacir lembra que os problemas da empresa Vale em Brumadinho fizeram com que muito do minério de Corumbá tem ido para Minas Gerais o que também trouxe novas perspectivas para o setor. O tema também esteve em pauta e é tratado com nível elevado de atenção pelos membros da Câmara.

 

“Trabalhamos a expansão de novas industrias, pensando no meio ambiente, pensando no produtor, pensando em gerar postos de emprego e mais renda para nossa gente”. Reforçou Moacir ao afirmar que o objetivo principal da Câmara hoje é trabalhar o setor como um todo, o que inclui, setor de serraria, cavaco e carvão vegetal, mantendo o equilíbrio para o Estado continuar sendo referência como é hoje, para todo País.

Fraude: Secretaria de Estado de Fazenda apreende carga irregular de bebidas em Mato Grosso do Sul

 Fiscais tributários da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso do Sul (Sefaz) apreenderam na quarta-feira (19) duas cargas irregulares de bebidas que entraram no Estado pelo município de Cassilândia, na divisa com Goiás. As mercadorias eram transportadas em caminhões que trafegavam pela rodovia que liga MS a cidade de Itajá.

Toda a ação contou com apoio do policiamento fazendário. Durante a abordagem, o condutor de um dos veículos apresentou documentos fiscais internos de Mato Grosso do Sul, que registravam que a carga havia saído de Campo Grande e tinha como destino Paranaíba – o que configura fraude, já que a mercadoria vinha de Goiás. Já a carga transportada no outro caminhão abordado não possuía nota fiscal.

Os dois veículos foram encaminhados para a Base de Fiscalização Móvel Aporé, em Cassilândia, para quantificação dos produtos. No primeiro caminhão foram constatados R$ 105 mil em mercadorias – com montante de R$ 83,1 mil entre ICMS e multa. O segundo veículo, sem nota fiscal, transportava cerca de R$ 78 mil em produtos – resultando no pagamento de R$ 63,3 mil entre ICMS e multa.

Bolsa de Valores rompe a barreira dos 100 mil pontos e o dólar fechou no menor valor em dois meses

Em um dia de euforia no mercado financeiro, a Bolsa de Valores rompeu a barreira dos 100 mil pontos, e o dólar fechou no menor valor em dois meses. O índice Ibovespa, da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou o dia com alta de 0,9%, aos 100.303 pontos. Este é o maior nível da história.

 

No mercado de câmbio, o dólar comercial caiu 0,25% e foi vendido a R$ 3,85. Em queda pelo segundo dia seguido, a divisa chegou ao no menor valor desde 10 de abril (R$ 3,824).

 

Ontem, o Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos – manteve os juros da maior economia do planeta entre 2,25% e 2,5% ao ano. A instituição, no entanto, indicou que pode cortar a taxa ainda este ano. Juros mais baixos em economias avançadas aumentam o fluxo de capitais para países emergentes, como o Brasil, pressionando para baixo a cotação do dólar e estimulando investimentos no mercado de ações.

 

No Brasil, os investidores acompanham as discussões do relatório da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados. Nesta quarta-feira,ocorre o segundo dia de debates. A expectativa da Casa é que a na comissão especial vote o texto na próxima semana.

Reinaldo assina decreto que incentiva ampliação de voos e redução de preço das passagens em Mato Grosso doSul

Assinado ontem (18.6) pelo governador Reinaldo Azambuja, o Decola MS irá reduzir o ICMS do querosene de aviação para as empresas aéreas que ampliarem as linhas em Mato Grosso do Sul. Convalidada pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), a redução do valor irá variar de acordo com o número de voos acrescentados. A alíquota atual é de 17%.

 

“Esse decreto dá um incentivo fiscal e diminuiu o custo das empresas aéreas que trouxerem voos a Mato Grosso do Sul. Isso vem em um bom momento, que é quando o Brasil abre o capital internacional para as empresas aéreas poderem trazer novos voos e se instalarem no Brasil. Agora temos um instrumento jurídico, que só foi convalidado a sete estados, que dá competitividade muito maior a Mato Grosso do Sul para atrair turistas, mas também baratear as passagens para as empresas que operam no Estado”, afirmou Reinaldo Azambuja.

 

De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, duas companhias aéreas já confirmaram a criação de novos voos em Mato Grosso do Sul. A GOL terá dois voos adicionais em Campo Grande e passará a operar no município de Bonito. E a Azul passará a operar em Ponta Porã.

 

 

Jaime Verruck explicou que a redução da carga tributária também pode influenciar os preços das passagens. “O principal custo da aeronave é o combustível. Reduzindo esse custo, as empresas aéreas podem diminuir o preço”, disse. Com o programa, a carga tributária total efetiva do ICMS da querosene de aviação poderá oscilar de 12% a 1,41%.

 

O decreto também é assinado por Jaime Verruck e pelo secretário de Estado de Fazenda, Felipe Mattos. A proposta de redução da alíquota segue exemplos de outros estados que têm estimulado a oferta de voos comerciais e atende solicitações de diversos deputados estaduais.

 

Além de Reinaldo Azambuja, Jaime Verruck e Felipe Matos, o evento de assinatura do decreto, na sala de reuniões da governadoria, contou com a presença do vice-governador Murilo Zauith; secretário Eduardo Riedel (Governo e Gestão Estratégica); secretário especial Carlos Alberto de Assis; diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wendling; e do superintendente da Infraero, Richard Aldrin Fernandes Custódio.

 

Os deputados estaduais também compareceram em peso. Participaram do evento ainda o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Correa, e os parlamentares Eduardo Rocha, João Henrique, Capitão Contar, Renato Câmara, Marcio Fernandes e Professor Rinaldo.

Mato Grosso do Sul registra em cinco meses, exportações industriais que ultrapassam US$ 1,5 bilhão, uma alta de 6%

De janeiro a maio deste ano, a receita obtida com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul já alcançou US$ 1,50 bilhão, uma alta de 6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando somou US$ 1,42 bilhão, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Apenas no mês de maio, as exportações de industrializados do Estado totalizaram US$ 336,38 milhões contra US$ 307,03 milhões de maio do ano passado, um incremento de 10%.

 

Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, quanto ao volume exportado, na comparação mensal, foi registrado aumento de 40%, enquanto, no acumulado do ano, teve redução de 3%. “Em relação à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 74% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul e, no acumulado do ano, a participação está em 69%”, destacou.

 

No ano, conforme o economista, os grupos de maior destaque nas exportações de produtos industriais de Mato Grosso do Sul são: “Celulose e Papel”, “Complexo Frigorífico”, “Óleos Vegetais”, “Extrativo Mineral” e “Couros e Peles”. “Esses grupos, somados, representam 97,1% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de industrializados ao exterior”, informou.

 

Grupos em alta

 

O grupo “Celulose e Papel” registrou nos primeiros cinco meses deste ano receita de US$ 909,62 milhões, um aumento de 21%, que foram obtidos quase que na totalidade com a venda da celulose (US$ 886,36 milhões), tendo como principais compradores China, com US$ 544,07 milhões, Estados Unidos, com US$ 119,32 milhões, Itália, com US$ 67,77 milhões, Holanda, com US$ 57,03 milhões, Reino Unido, com US$ 16,20 milhões, e Espanha, com US$ 14,28 milhões.

 

Já no grupo “Complexo Frigorífico” a receita conseguida de janeiro a maio foi de US$ 372,44 milhões, um aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que 45,1% do total alcançado é oriundo das carnes desossadas de bovinos congeladas, que totalizaram US$ 168,05 milhões, tendo como principais compradores Hong Kong, com US$ 67,45 milhões, Chile, com US$ 52,99 milhões, Emirados Árabes Unidos, com US$ 39,56 milhões, Irã, com US$ 29,03 milhões, Arábia Saudita, com US$ 21,24 milhões, China, com US$ 20,91 milhões, Egito, com US$ 16,96 milhões, e Japão, com US$ 12,98 milhões.

 

O grupo “Siderurgia e Metalurgia Básica” teve receita de US$ 12,35 milhões no período de janeiro a maio, um aumento de 120%, tendo como principal produto o ferro fundido bruto não ligado. Os principais países compradores são México, com US$ 9,54 milhões, o Paraguai, como US$ 1,19 milhão, a Argentina, com US$ 783,92 mil, e a Bolívia, com US$ 695,35 mil.

Presidente Jair Bolsonaro diz que avalia reduzir para 4% imposto sobre produtos de Tecnologia da Informação

O presidente Jair Bolsonaro disse ontem (16) que o governo federal estuda a possibilidade de reduzir impostos cobrados sobre a importação de produtos do setor de tecnologia da informação, entre eles, computadores e celulares. Por meio de sua conta no Twitter, Bolsonaro afirmou que a redução poderia ser de 16% para 4%.

 

“Para estimular a competitividade e inovação tecnológica, o governo estuda, via secretaria do Ministério da Economia, a possibilidade de reduzir de 16% para 4% os impostos sobre importação de produtos de tecnologia da informação, como computadores e celulares”, disse.

 

O presidente disse que também está sendo avaliada a redução de impostos para jogos eletrônicos.

 

 

Jair M. Bolsonaro@jairbolsonaro

– Para estimular a competitividade e inovação tecnológica, o governo estuda, via secretaria do Ministério da Economia, a possibilidade de reduzir de 16% para 4% os impostos sobre importação de produtos de tecnologia da informação, como computadores e celulares.

15,9 mil pessoas estão falando sobre isso
Fonte: Agência Brasil

Mulheres aumentam escolaridade em relação aos homens; 1991 marcou perfil feminino no mercado de trabalho

O ano de 1991 foi um marco para o perfil da mulher no mercado de trabalho porque, pela primeira vez, o nível de escolaridade feminina superou o dos homens. Segundo a professora Hildete Pereira de Melo, uma das coordenadoras do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Economia (NPGE) da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), nesse período o tempo de estudo das mulheres passou a ser maior.

Conforme a pesquisadora, as mulheres aumentaram em um ano a escolaridade média em relação aos homens. “É a maior conquista das mulheres brasileiras terem conseguido se educar no século 20. Embora, a gente não tenha construído a igualdade, a gente conseguiu realmente uma vitória. Não houve política pública que facilitasse isso. Foram decisões pessoais das mulheres”, afirmou, acrescentando que no Censo 1900 as mulheres eram analfabetas e terminaram o século 20 mais escolarizadas do que os homens.

A evolução da escolaridade é um dos dados abordados pela pesquisa, que comprova a desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres no Brasil. O trabalho foi desenvolvido por Hildete e pela professora Lucilene Morandi, também coordenadora do NPGE. “A ideia dessa pesquisa era ter uma noção do impacto da diferença de participação no mercado de trabalho e na renda de homens e mulheres”, disse Lucilene.

 

Escolaridade x Salário

 

O aumento da escolaridade, no entanto, não representou o fim do desequilíbrio salarial entre homens e mulheres. As pessoas com mais escolaridade no Brasil ganham mais, mas Hildete citou o próprio exemplo para comentar a diferença de gênero na questão salarial. “A distância entre o que eu ganho como doutora em economia e o meu colega que é doutor em economia é muito grande. É muito maior do que quando pega uma escolaridade mais baixa, então, educação é um prêmio para todos, mas o prêmio para os homens é bem superior ao que ela permite às mulheres”.

 

Trabalho doméstico

 

Outra avaliação da pesquisa, ao analisar o Produto Interno Bruto (PIB) feminino e masculino, é a falta de captação do resultado do serviço doméstico feito pelas mulheres, inclusive com extensão de jornada. “O problema do trabalho não pago, o trabalho gratuito, que as mulheres realizam, é que se somasse os dois tempos, o do que a gente chama pago ou produtivo com o não pago nos cuidados com as crianças, com a casa, com os doentes, com os idosos, vê-se que a jornada das mulheres é cinco horas, maior”, observou.

 

A professora acrescentou que o mercado costuma ter o argumento de que as mulheres ganham menos porque trabalham menos que os homens. “A jornada das mulheres no trabalho produtivo pago é menor, só que elas agregam uma jornada além, quando trabalham dentro de casa. Para as donas de casa em geral, a média das mulheres ocupadas é de 22 horas por semana, além da jornada que ela tem no trabalho pago, que é de 8 horas por dia”.

 

PIB

 

Segundo a professora Hildete, as avaliações do PIB per capita indicam que em 2005, conforme estudos baseados nos indicadores das contas nacionais elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicados em 2006, se o PIB brasileiro contabilizasse as horas não pagas às mulheres, haveria um crescimento de 11%. “A gente fez um cálculo do PIB global; se agregasse o tempo de trabalho não pago, o PIB brasileiro aumentaria 11%. Naquele momento era equivalente ao PIB fluminense, que era o segundo do Brasil, o primeiro era o de São Paulo. Aumentava a riqueza nacional se agregasse isso”, disse.

A pesquisadora contou como conseguiram contabilizar os dados. “Desde 2001, o IBGE publica uma estatística sobre o trabalho não pago, o qual classifica de afazeres domésticos. Por causa da publicidade desses dados, a gente pôde valorar as horas de trabalho”, completou.

 

Perfil

 

Hildete alertou ainda para a necessidade de a mulher se preparar para um novo perfil profissional. Segundo ela, o mercado de trabalho caminha para carreiras mais tecnológicas. “Essa revolução tecnológica vai jogar as mulheres no olho da rua, porque precisa fazer outros cursos universitários. As coisas de TI [tecnologia da informação] são todas de modelos matemáticos. Vamos ter que enfrentar isso. Não podemos ficar só com a psicologia, a enfermagem, a pedagogia. Nem a economia é curso de mulher. Somos minoria ainda, [o índice] está abaixo de 30% [quantidade de mulheres nos cursos em relação a homens].

 

Renda média

 

A professora Lucilene Morandi destacou que no período analisado, entre 2000 e 2015, além de avaliação de dados de 1991, a renda média da mulher aumentou. “A explicação que a gente tem para isso é que nesse mesmo período, a partir dos anos 80, as mulheres deram um salto em termos de escolaridade média e isso se refletiu no mercado de trabalho. A gente tem também maior participação no mercado de trabalho. Então, o PIB dela cresce”.

 

O estudo concluiu que a competitividade da mulher também é influenciada pela dupla jornada. Segundo Lucilene, isso ocorre quando a mulher interrompe o período de trabalho para ter filhos ou precisa ter horário flexível para se adequar à vida doméstica. “Como esse encargo da criança ainda é majoritariamente da mulher no Brasil e boa parte do mundo, isso tem um custo para a mulher, porque enquanto ela está grávida e tendo filhos se prejudica no mercado de trabalho e quando volta é menos competitiva”, disse.

 

Políticas públicas

 

Para Lucilene, esse problema seria reduzido se houvesse políticas públicas como a instalação de creches, centros de atendimento e escolas de horário integral, onde pudessem deixar os filhos. “Mesmo que não fossem do Estado, teriam que ter apoio do Estado, porque teriam que ter um custo baixo para as famílias”, disse.

A pesquisa levou em consideração os dados de 1991 e a série de informações entre 2000 e 2015. As professoras já estão pensando no avanço do trabalho, que passará a analisar dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que desenvolve estudos após 2015, que se diferem da Pnad produzida em período anterior.

 

Fonte: Agência Brasil

Frustração faz grandes empresas investirem menos que o planejado, segundo Confederação Nacional da Indústria

Pesquisa divulgada na sexta-feira (14) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, no ano passado, as empresas brasileiras de grande porte investiram menos do que o planejado. Segundo a entidade, isso ocorreu devido à frustração decorrente das dificuldades do país para se recuperar economicamente.

 

De acordo com a pesquisa anual Investimento na Indústria, se 81% das empresas planejavam fazer investimentos em 2018, apenas 75% o fizeram. Ainda segundo o levantamento, 51% das empresas que fizeram investimentos não conseguiram realizar os projetos conforme o planejado. Desse total, 38% fizeram investiram apenas parcialmente; 9% adiaram os projetos para 2019 e 4% cancelaram ou adiaram os investimentos para depois de 2019.

 

“A frustração dos planos de investimento em 2018 deve-se à decepção com a retomada da economia. Em particular, o crescimento da demanda ficou abaixo do que se esperava, especialmente por causa do elevado desemprego”, disse o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, ao comentar a pesquisa.

 

Ele acrescentou que, além disso, as incertezas internas e externas que contaminaram boa parte do ano passado também trouxeram riscos ao investimento. Segundo o economista, a maior parte dos investimentos é financiada com capital próprio das empresas. “Como as empresas estão com situação financeira mais debilitada do que em anos anteriores, o investimento ficou prejudicado.”

 

Entre as que investiram, 56% destinaram recursos para a continuação de projetos anteriores e 44% aplicaram em novos empreendimentos. A maior parte dos investimentos foi feita tendo como objetivo a inovação, com 53% das empresas aplicando na melhoria ou na modernização dos processos produtivos e em novos produtos; 36% investindo na melhoria dos processos produtivos; 13% buscando introduzir novos produtos; e 4% aplicando em novos processos de produção. Ainda segundo a CNI, 28% investiram no aumento da capacidade de produção.

 

O estudo mostrou recuo de 10% para 7% na participação de bancos públicos no financiamento disponibilizado por bancos públicos a indústrias de grande porte – a menor participação em toda a série histórica iniciada em 2010. A pesquisa também identificou aumento de 8% para 13% na participação dos bancos privados para esse público.

 

A maior parte dos investimentos feitos pelas empresas (75%) em 2018 usou capital das próprias empresas, percentual igual ao registrado em 2017. Nos anos anteriores o percentual estava em 72%.

 

Expectativas para 2019

 

Para este ano, as expectativas são “positivas”, com oito em cada dez indústrias de grande porte planejando fazer investimentos – número praticamente igual aos 81% registrados em 2018. Isso se deve ao fato de haver, entre os empresários, expectativa de crescimento do consumo e os avanços tecnológicos.

 

O levantamento indica que, entre as indústrias que pretendem investir, 57% o fazem devido a uma perspectiva de aumento da demanda e 41%, devido a fatores técnicos, como tecnologia, mão de obra e matéria-prima disponíveis.

 

Por outro lado, a pesquisa mostra que o excesso de regulação e de burocracia e a falta de recursos financeiros interferem nas decisões de investimentos para este ano: 49% das empresas consultadas apontaram estes como fatores que atrapalham a disposição em investir, enquanto 51% dizem que os planos de investimentos foram desestimulados por questões relativas a recursos financeiros.

 

“O principal objetivo das empresas que pretendem investir em 2019 é a melhoria dos processos produtivos, o que demonstra preocupação com a eficiência e a competitividade. A melhoria dos processos produtivos ficou em primeiro lugar, com 36% das assinalações. Em seguida, com 22% das respostas, aparece o aumento da capacidade instalada e, em terceiro lugar, com 17% das menções, a introdução de novos produtos”, informou, por meio de nota, a CNI.

 

A entidade acrescenta que 59% das menções feitas pelos empresários indicam que os investimentos serão concentrados na compra de máquinas e equipamentos; 18% citaram a compra de novas tecnologias, como automação e tecnologias digitais, e 6% disseram que concentrarão os investimentos na melhoria da gestão do negócio.

 

A pesquisa Investimento na Indústria foi feita entre os dias 24 de janeiro e 15 de abril com 334 indústrias de grande porte, que têm 250 ou mais empregados.

 

 

Fonte: Agência Brasil