Associação dos Construtores de MS: empresários da área da construção civil estão otimistas com financiamento pelo IPCA

 

A Caixa Econômica Federal anunciou na tarde deterça-feira, 20/08, novas regras para o financiamento imobiliário. Uma nova modalidade de financiamento estará disponível a partir do dia 26 de agosto, que é os contratos corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Atualmente, a correção só é pela Taxa Referencial (TR).


O IPCA é o índice oficial da inflação do Brasil. Na prática, a parcela do financiamento vai flutuar de acordo com as oscilações inflacionárias. O governo espera com a medida diminuir de 35 a 51% a prestação mensal, e consequente estimular o setor da construção civil que é um termômetro da economia.


Para o presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (ACOMASUL), Adão Castilho, o IPCA atrelado aos contratos  é muito bem-vindo. “Estaremos trabalhando com a realidade de mercado. A TR no ano passado ficou em 0% e os juros bancários variando entre 8 e 10% no financiamento imobiliário. Com o IPCA, os juros vão ficar entre 2,95 a 4,95% ao ano, e a correção será pela inflação, que em julho foi de 0,19%. Com a inflação controlada, a prestação da casa própria será mais em conta.  É bom para quem compra e bom também para nós empresários que vamos investir com a certeza de que teremos mais demanda”, avalia Castilho.

O presidente da Federação Nacional dos Pequenos Construtores (FENAPC), Fabiano Zica, diz que a nova modalidade tende a atrair muito mais recursos para os financiamentos habitacionais. “Diminui nossa dependência do único funding(FGTS), que tem imprevisibilidade por vários motivos, como autorização de uso para outros fins e saques. Além disso, a taxa de juros do financiamento imobiliário será sempre real”, explica Zica.

 

 

Os pequenos empresários da construção civil são responsáveis por 42% dos imóveis financiados pelo programa Minha Casa Minha Vida. Fabiano Zica afirma que nos últimos quatro anos, muita gente ficou pelo menos 30 dias sem assinar contratos do programa Minha Casa Minha Vida por conta da limitação do FGTS. “Vemos a indexação pelo IPCA com bons olhos, é muito boa alternativa, e não acaba com as outras possibilidades, com as outras formas de financiamento, o que traz mais poder de escolha para o consumidor”, diz Zica.

 

Ainda segundo Zica, é muito importante que esta nova modalidade seja possível também para as pessoas de menor renda. “Hoje, o sistema não aceita para pessoas de menor renda. A FENAPC defende que as pessoas mais pobres tenham acesso a todas as possibilidades de financiamento”, conclui Zica.

Destaques