Produtos infantis e eletrodomésticos lideram acidentes de consumo relatados ao Inmetro

Ativo desde 2013, o Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo (Sinmac) recebeu 141 relatos até o último mês de novembro, 29% menos que em igual período de 2019. A maioria das ocorrências (19%) envolveu crianças de até 14 anos. Em 18% dos acidentes relatados houve atendimento médico, enquanto 10% dos casos provocaram afastamento do trabalho.

 

“Acidentes de consumo podem ter várias consequências e efeitos colaterais, como impacto na produtividade de trabalhadores que precisam se ausentar da empresa, e no custo de sistema de saúde, além de danos sociais, dependendo da gravidade”, assinala Karine Murad, chefe substituta da Divisão de Vigilância de Mercado (Divig).

 

Os grandes vilões do Sinmac continuam se revezando entre produtos infantis, que este ano lideraram com 19% dos relatos, principalmente brinquedos, que provocaram 8% dos acidentes registrados no Sistema. Eletrodoméstico foi a segunda família de produtos mais reclamadas, respondendo por 13,5%, seguida por utensílios domésticos, com 8,5%.

 

Em relação às partes do corpo afetadas pelos acidentes, de acordo com os registros do Sinmac, dos 141 relatos, 12% atingiram dedos das mãos; 8% mãos e 6% pés.

 

Acidentes de consumo

 

A ocorrência dos acidentes de consumo não é uma exclusividade do Brasil. Dados estatísticos da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo (CPSC), dos Estados Unidos, revelam o registro, em média, de 36 milhões de acidentes de consumo, anualmente; 35 mil mortes deles decorrentes, e aproximadamente 10 milhões de atendimentos médicos – que custam US$ 1 trilhão para os cofres públicos como consequência do tratamento de vítimas, pagamento de indenizações e danos a propriedades.

 

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, os acidentes ou lesões não intencionais representam a principal causa de morte de crianças entre zero e 14 anos. Cerca de 4,7 mil crianças morrem e mais de 120 mil são hospitalizadas anualmente, o que representa um gasto de R$ 83 milhões/ano da rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Fiscalização de brinquedos

 

Desde que foi criado, os relatos ao Sinmac sinalizam que brinquedos são o principal vetor de acidente envolvendo crianças de até 14 anos. Por isso mesmo, este é um dos produtos que recebem intensa fiscalização por parte do Inmetro. Para ter ideia, mesmo este ano com a pandemia alterando a rotina das atividades econômicas, até novembro foram realizadas mais de 4 mil ações de fiscalização com mais de 720 mil brinquedos fiscalizados. “Em períodos especiais, como Dia das Crianças e Natal, as fiscalizações se intensificam”, informa Karine.

 

Fonte: Inmetro

Destaques