Economistas avaliam que neste 2014 a inflação deve continuar acima da meta

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A inflação deve continuar em patamar elevado, em 2014, sem perspectiva de quando poderá chegar ao centro da meta (4,5%), na avaliação de economistas. O professor de finanças do Ibemec Gilberto Braga diz que a inflação ainda é preocupante no final deste ano porque está se estabilizando em patamar muito alto.

Para 2014, o professor acrescentou que não se espera que a inflação caia para um patamar menor e “mais palatável”. Ele projeta a inflação entre 5,5% e 6%, em 2014. Em 12 meses, encerrados em novembro de 2013, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 5,77%.

A previsão do Banco Central (BC) para a inflação é 5,8%, neste ano; 5,6%, em 2014; e 5,4%, em 2015. Em 2013, a inflação ultrapassou o teto da meta (6,5%). Isso aconteceu em junho, quando ficou em 6,7%.

“Não há dúvida que o pior já passou, mas vai ficar longe do centro da meta. É como se o governo estivesse trabalhando com 1 a 1,5 ponto percentual acima do centro da meta”, disse Braga.

A professora de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Virene Matesco também considera que a alta dos preços no país é motivo de preocupação. Na avaliação dela, mesmo com o controle do governo sobre os preços de tarifas, como de passagens de ônibus e de energia, a inflação ficará acima do centro da meta em 2013 e em 2014. “A inflação para o ano que vem estará no topo superior, em torno de 6%, mesmo com os controles de preços”, destacou.

No último dia 20, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, reforçou que o objetivo da instituição é fazer com que a inflação convirja para o centro da meta. Entretanto, Araújo disse que o cenário mais provável não aponta para a inflação no centro da meta – 4,5%, – neste e nos próximos dois anos.

“O cenário mais provável não aponta essa convergência, o que não implica que não seja possível. São coisas distintas. A convergência pode se tornar mais provável mais adiante, na medida em que a economia comece a responder às ações que foram tomadas”, acrescentou Hamilton Araújo.

O diretor lembrou que a transmissão dos efeitos da alta da Selic na economia tem defasagem, ou seja, demoraram a aparecer. “O efeito deve se refletir mais intensamente ano que vem”, disse. Na divulgação do Relatório de Inflação, o diretor também disse que o efeito da alta do dólar, em 2013, na inflação vai se dissipando e isso fará com que a inflação comece a ceder.

Para a professora da FGV, o Banco Central demorou para iniciar o processo de ajuste da taxa básica de juros, a Selic. Em 2013, o BC iniciou o ciclo de alta da Selic em abril, quando a elevou em 0,25 ponto percentual. Nas cinco reuniões seguintes, o BC fez ajustes de 0,5 ponto percentual. A Selic encerra 2013 em 10% ao ano.

Virene espera que o banco eleve a taxa, em pelo menos mais 0,5 ponto percentual, podendo chegar até 11% ao ano. “Mas não adianta colocar os juros em dois dígitos se o governo não controla gastos, se o Banco do Brasil, a Caixa [Econômica Federal] e o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]continuarem soltando crédito [o que estimula o consumo, e por consequência, a inflação]”, disse Virene.

A professora acrescentou que o governo “fez uma aposta de reduzir as taxas de juros do crédito ao mesmo tempo que a inflação estava em ascensão”. “Há uma intromissão política na política monetária [definição da Selic]. Precisamos de um BC com autonomia”, defendeu.

Fonte: Agência Brasil

Queda acentuada do tomate, laranja e batata puxa redução de 1,66% no custo da cesta básica na Capital

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Pesquisa realizada pela Secretaria de Planejamento do Estado (Semac) mostra que em julho o custo da Cesta Básica Alimentar em Campo Grande teve queda de 1,66% em relação ao apurado no mês anterior. Os 15 produtos que compõem a Cesta puderam ser adquiridos, em julho, pelo valor de R$ 289,06. No levantamento feito em junho, os mesmos produtos estavam custando o total de R$ 293,93. cesta básica

Entretanto, no acumulado do ano o índice ainda apresenta variação positiva, de 6,97%, enquanto no semestre o aumento é de 2,96%; e nos últimos 12 meses, 12,12%.

Dentre os 15 produtos pesquisados, 7 tiveram preços reduzidos, com destaque para o tomate (-17,82%), batata (-10,98%), laranja (-7,42%), margarina (-3,75%), óleo (-3,41%), feijão (-3,40%), e sal (-2,22%). Os demais 8 produtos registraram aumento de preços: açúcar 6,78%, pão francês 2,75%, arroz 2,41%, leite 2,30%, macarrão 2,02%, banana 1,60%, alface 1,44% e carne 1,33%.

Análise

A avaliação dos técnicos responsáveis pela pesquisa, é que o resultado negativo do custo da Cesta Básica Alimentar em julho se deve, portanto, à forte redução nos preços do tomate, da batata e da laranja, que pode ser atribuída ao maior volume de oferta desses produtos no mercado consumidor devido ao período de safra. O tomate, por exemplo, que em meses anteriores chegou a registrar preço de R$ 9,00 o quilo, pôde ser comprado a R$ 2,49 em algumas gôndolas.

Já a alta no preço do açúcar é consequência do fim da promoção ocorrida no mês de junho. Outro produto que registrou elevação nos preços foi o arroz, que, apesar de maior oferta no mercado, sofre influência pelas altas cotações no mercado interno.

Nos últimos seis meses os produtos que apresentaram maiores altas nos preços foram: batata, feijão, macarrão e pão. Em contrapartida, no mesmo período registraram redução nos preços: óleo, arroz, açúcar e margarina.

Confrontando o custo da Cesta Básica Alimentar com a renda mensal, conclui-se que o trabalhador que recebeu um Salário Mínimo de R$ 678,00 no mês de julho comprometeu 42,63% de sua renda bruta com alimentação. No levantamento feito em junho/2013 o custo da Cesta Básica Alimentar comprometia 43,35% do Salário Mínimo.

Por fim, outra análise que pode ser feita é do custo da Cesta Básica Alimentar em horas trabalhadas. No mês de julho/2013 o trabalhador com renda mensal de um Salário Mínimo precisou trabalhar 93 horas e 48 minutos da sua jornada de 220 horas/mês para cobrir os custos da Cesta Básica Alimentar.

Cesta Básica Familiar

A pesquisa realizada em julho/2013 mostra que o custo da Cesta Básica Familiar teve queda de 1,07% em Campo Grande, em relação ao apurado no mês anterior. O custo do conjunto de 44 produtos da Cesta Básica Familiar foi de R$ 1.254,83. Em junho/2013 os mesmos produtos estavam custando o total de R$ 1.268,37.

No acumulado do semestre, a Cesta Básica Familiar apresenta alta de 2,56% em Campo Grande; no ano a variação positiva é de 4,96%; e nos últimos 12 meses, 8,63% de aumento.

Dentre os 44 produtos pesquisados, 21 apresentaram alta nos preços, 16 tiveram queda e 7 mantiveram os preços inalterados em julho/2013.

Análise

O resultado de baixa no conjunto dos produtos da Cesta Básica Familiar se deve ao grupo Alimentação (32 produtos), que teve variação negativa de 1,18%, com destaque para o tomate     (-17,82%), cebola (-15,04%), cenoura (-13,62%), mamão (-11,47%), batata (-11,03%), laranja      (-7,46%), margarina (-3,60%), feijão (-3,43%), óleo (-3,41%) e sal (-2,68%). Neste grupo, os produtos que apresentaram alta nos preços foram: açúcar 6,88%, manteiga 2,94%, pão 2,79%, fubá 2,65%, arroz 2,44%, leite 2,30%, macarrão 2,01%, abobrinha 1,95% e farinha de trigo 1,88%. Queijo, couve, mandioca e peixe mantiveram os preços inalterados.

O clima favoreceu a produtividade das lavouras propiciando maior oferta de frutas, verduras e leguminosas no mercado, o que forçou a queda nos preços do varejo. Já o leite continua com o preço em alta por ser período de entressafra, influenciando também os preços dos derivados, como a manteiga.

O grupo Higiene Pessoal (5 produtos) fechou julho/2013 com alta de 0,23% devido à variação nos preços de dois produtos: dentifrício 0,66% e absorvente 0,49%. Mantiveram seus preços inalterados: lâmina de barbear, papel higiênico e sabonete.

O grupo Limpeza Doméstica (7 produtos) apresentou alta de 0,91% com variação positiva em cinco produtos: sabão em pó 2,51%, detergente 1,82%, desinfetante 1,30%, água sanitária 0,56% e cera em pasta 0,41. Neste grupo apresentaram queda nos preços: esponja de aço          (-1,49%) e sabão em barra (-1,27%).

O custo total da Cesta Básica Familiar no mês de julho/2013 comprometeu 37,02% do valor total da renda familiar. Para esse cálculo considera-se a renda familiar de 5 (cinco) salários mínimos (R$ 3.390,00 – três mil, trezentos e noventa reais). No levantamento feito em junho/2013, o custo da Cesta Básica Familiar comprometeu 37,42% do valor total da renda familiar.