Termo de expansão fortalece Wi-Fi Brasil e amplia meta de inclusão digital

O Ministério das Comunicações (MCom) assinou com a Telebras novo termo aditivo para a expansão do programa, criado com o objetivo de fomentar a educação e o desenvolvimento socioeconômico em comunidades com baixo índice de conectividade em todo o país. É a quinta adição ao contrato, originalmente firmado em 2017, permitirá a ampliação da meta do programa Wi-Fi Brasil em cerca de 33%.

 

“Uma das nossas missões mais importantes é a inclusão digital. Sempre falo da importância de termos um Brasil cada vez mais conectado. Vamos trabalhar todos os dias para termos um país onde esse direito seja garantido”, defendeu o ministro das Comunicações, Fábio Faria. O Wi-Fi Brasil é direcionado, prioritariamente, para comunidades em estado de vulnerabilidade social. A conexão banda larga, via satélite, é viabilizada pelo programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac).

 

Após a aplicação de reajustes e a assinatura do aditivo, o valor estimado do programa passou a ser de R$ 879 milhões (inicialmente, o valor alcançava R$ 663 milhões). Com mais recursos, o quantitativo de pontos de inclusão digital espalhados pelo país poderá ultrapassar a marca de 26,5 mil, levando internet banda larga via satélite, com velocidades de 10, 15 ou 20 megabits por segundo (Mbps).

 

Através do Wi-Fi Brasil, o MCom já promoveu a inclusão digital e social de mais de 9 milhões de pessoas, em todos os estados brasileiros. O programa é dividido em duas modalidades: Wi-Fi Brasil (Gesac – Ponto de Internet), normalmente instalado em locais específicos como instituições públicas, escolas, bibliotecas, telecentros, unidades de saúde, comunidades quilombolas, aldeias indígenas, assentamentos rurais e outros; e o Wi-Fi Brasil (Livre – com roteador Wi-Fi), que é instalado em praças públicas com acesso livre e gratuito ao público em geral.

 

Governo recebe “Propostas para a retomada da indústria e geração de empregos”

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou na terça-feira (7) evento para a entrega de um documento contendo 44 propostas para a retomada da indústria e do emprego em 2022. O presidente da CNI, Robson Andrade, fez a entrega das propostas ao presidente Jair Bolsonaro. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, participou do evento.

 

O ministro Pontes declarou que ficou evidente no encontro da CNI o quão essenciais são para o desenvolvimento do País a educação, a ciência, a tecnologia e a inovação, e a confluência dessas áreas. “Você não consegue desenvolver o crescimento da indústria se não tiver profissionais capacitados”, apontou. “Instituições como o SENAI, os institutos federais e programas do MCTI como o Brasil Futuro, com a Softex, para a formação de 40 mil profissionais para o setor de TICs”.

 

O ministro disse, ainda, que a formação profissional é essencial, mas não é tudo – “temos que ter investimentos para desenvolver ciência, tecnologia e inovações, se o País quer ser competitivo”, disse e ressaltou o protagonismo do ministério no desenvolvimento de tecnologias 4.0, inteligência artificial e Internet das Coisas.

 

Sob aplausos, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que o governo deve trabalhar para os empresários, e não o contrário. “Temos que unir forças e meios para cumprir essa missão”, disse. “Com um bom time de ministros, secretários, empresários, homens do campo, profissionais liberais, cristãos e ateus, junto vamos superar obstáculos. Não tem por que não sermos otimistas”.

 

O documento “Propostas para a retomada da indústria e geração de empregos”, entregue ao presidente da República, foi elaborado com base em subsídios das Federações Estaduais de Indústria, das Associações da Indústria, da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) e de reuniões com empresas coletados durante o ano e refinados em reuniões dos Fóruns e Conselhos Temáticos da CNI e do Fórum Nacional da Indústria (FNI).

 

Participaram também da solenidade o ministro da Economia, Paulo Guedes, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, o presidente do conselho de administração da Totvs, Laércio Cosentino, a presidente executiva da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, Elisabeth de Carvalhaes, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso, Gustavo Oliveira.

 

Energy Weeks prevê arrecadação de R$ 206,9 bi nos leilões de petróleo e energia

MME promove a Energy Weeks, uma série de leilões do setor de petróleo e energia que vão garantir o aproveitamento das riquezas do Pré-Sal e a segurança elétrica do País.

 

O Ministério de Minas e Energia (MME) promove, entre os dias 3 e 21 de dezembro, uma série de leilões de petróleo e gás e geração e transmissão de energia elétrica. Chamadas de Energy Weeks, a expectativa é arrecadar mais de R$ 206,9 bilhões em investimentos privados com as concessões.

 

Estão previstos um leilão de petróleo e outros três de energia elétrica com a geração de mais de 160 mil empregos diretos e indiretos ao longo dos contratos de concessão.

 

“A realização desses leilões representa a concretização de investimentos extremamente importantes para o setor energético brasileiro. Todo o País ganha, com a diminuição de custos da energia e a geração de emprego e renda para milhares de brasileiros”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

 

Ao longo de dezembro, o MME também irá divulgar outros importantes marcos legais para o setor de energia brasileiro.

 

Confira a programação da Energy Weeks:

 

Leilões de Energia Existente A-1 e A-2

 

Os Leilões de Energia Existente A-1 e A-2  foram  realizados no dia 3 de dezembro. Para o Leilão “A-1”, foram negociados Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado na modalidade por quantidade.

 

Para o Leilão “A-2”, foram negociados contratos na modalidade por disponibilidade para energia proveniente de usinas termelétricas a biomassa, a carvão mineral nacional, a gás de processo e a gás natural, e contratos por quantidade, para as demais fontes.

Saiba mais sobre os leilões.

Acesse aqui a Portaria Normativa 14/2021, com as diretrizes dos leilões.

 

Leilão dos excedentes da cessão onerosa de petróleo na Bacia de Santos

Segundo maior leilão da história, o leilão dos campos de Sépia e Atapu, localizados na Bacia de Santos, no Pré-Sal, ocorrerá no dia 17 de dezembro e terá bônus de assinatura de R$ 11,1 bilhões, dos quais R$ 7,7 bilhões serão repassados aos estados e municípios.

Devem ser investidos R$ 204 bilhões no desenvolvimento da produção do petróleo e gás natural, arrecadando cerca de R$ 120 bilhões em participações governamentais e impostos. Devem ser criados mais de 160 mil empregos diretos e indiretos ao longo dos contratos.

De acordo com o Ministro de Minas e Energia, o leilão aumentará em cerca de 12% a produção de petróleo e gás natural do País. “O Brasil segue firme na trajetória de se tornar um dos cinco maiores produtores de petróleo do mundo”, afirmou o ministro.

Confira  aqui o edital do leilão

 

Leilão de Transmissão

O Leilão de Transmissão nº 2/2021 será realizado em 17 de dezembro e prevê a construção e a manutenção de 902 km em linhas de transmissão e de 750 megavolt-ampères (MVA) em capacidade de transformação de subestações.

A expectativa de investimento é de R$ 2,9 bilhões, com a previsão de criação de 6.607 empregos diretos. Com prazo de conclusão de 36 a 60 meses, os empreendimentos contemplarão os estados do Amapá, Bahia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

A inclusão do lote 5 no Amapá, referente à construção da linha de transmissão Macapá – Macapá III e à subestação Macapá III, visa garantir a segurança elétrica na capital do estado.

Acesse aqui a Portaria MME nº 279/2020.

 

Leilão de Reserva de Capacidade

Certame inédito, o Leilão nº 11/2021-ANEEL, denominado Leilão de Reserva de Capacidade de 2021, será realizado em 21 de dezembro pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O leilão visa à contratação de potência e energia elétrica associada proveniente de usinas termelétricas novas e existentes. O início do suprimento está previsto para 2026 e 2027. Os contratos terão vigência de 15 anos.

Acesse aqui a Portaria MME nº 29/2021.

Saiba mais sobre os leilões

Crédito de R$ 674 milhões vai possibilitar retomada de obras de moradias

O Programa Casa Verde e Amarela, do Governo Federal, vai contar com R$ 674 milhões de crédito especial para retomada e continuidade de obras de moradias de interesse social. A previsão é de que o recurso extra permita a retomada de 10 mil moradias até o fim deste ano e de outras 10 mil até 31 de janeiro de 2022.

 

O repasse foi aprovado após a sanção do PLN 34/2021, que liberou, no total, R$ 763,6 milhões para programas de infraestrutura urbana. O recurso extra também vai possibilitar que obras em andamento tenham seu fluxo de pagamento normalizado, o que trará vários benefícios.

 

Outra fonte de recurso importante para a Habitação foi aprovada pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Até R$ 278 bilhões em recursos do FGTS estarão disponíveis para a contratação de novas moradias e obras de urbanização, no âmbito do Programa Casa Verde e Amarela, até 2025.

 

Os recursos permitirão a contratação de até 2,5 milhões de unidades habitacionais com as menores taxas de juros da história do FGTS.

 

 

GOVERNO FEDERAL

 

Programa de Crédito Brasil Criativo libera R$ 408 milhões para setor de eventos culturais

O Programa de Crédito Brasil Criativo disponibilizará R$ 408 milhões em linhas de crédito para o setor de eventos culturais, de acordo com informações divulgadas pela Secretaria Especial de Cultura (Secult). 

 

O Crédito Brasil Criativo usa recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para financiar empreendimentos culturais de pessoas físicas ou jurídicas privadas. Os empréstimos são contratados pelos interessados em instituições financeiras credenciadas pela Secretaria Especial de Cultura.

 

A concessão de empréstimos com recursos do FNC está disponível aos empreendedores criativos ou artísticos que desenvolvam atividades econômicas vinculadas ao setor cultural.

 

Economia criativa

 

Segundo o secretário especial de Cultura, Mário Frias, a economia criativa movimenta quase 4,5% da economia nacional. “Sabemos que economia é vida, o local onde criamos os meios materiais para a nossa sobrevivência”, disse Frias.

 

De acordo com a secretaria especial, o setor de cultura e entretenimento abrange 60 mil empresas em todo o país, proporciona cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos e mobiliza 4 milhões de trabalhadores informais.

O setor representa ainda 4,32 do Produto Interno Bruno (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, e recolhe, por ano, R$ 48 bilhões.

 

AGÊNCIA BRASIL

Recursos para ciência, tecnologia e inovação estão assegurados para 2022, diz Izalci

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) assegurou aos empresários que compõem a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) que o Orçamento de 2022 contemplará recursos para investimentos na área de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Ele participou nesta sexta-feira (3) da reunião de líderes da MEI, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Os recursos para ciência e tecnologia estão garantidos para 2022. Sou vice-presidente da Comissão de Orçamento do Senado e já fizemos acordo nesse sentido. Não aceito nenhuma interferência nessa questão. Vamos obstruir tudo se o acordo não for cumprido”, enfatizou.

 

O senador aproveitou para criticar a forma como o Ministério da Economia tem lidado com o orçamento de inovação – a pasta promoveu uma série de cortes de recursos para CT&I, inclusive aqueles do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), cujo contingenciamento é vedado por lei.  “Infelizmente quem manda no governo é o Ministério da Economia, que não tem a mínima sensibilidade com ciência, tecnologia e inovação, que, sem dúvida, é a base para o desenvolvimento do país”, pontuou.

 

Plataforma vai impulsionar a inovação

 

Presente à reunião virtual, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, anunciou a criação de uma plataforma com um conjunto de seis redes voltadas para o desenvolvimento da CT&I: rede de suporte; de formação profissional e tecnológica; de pesquisa; de inovação; de produtos; de vetores. “Essa plataforma vai gerar uma sinergia muito grande para a ciência, tecnologia e inovação no Brasil, com vantagens para pesquisas e para empresas venderem produtos, e para a qualificação de pessoal preparado para trabalhar no setor”, destacou.

 

Pontes comentou também que tem se empenhado para garantir a liberação de recursos do FNDCT para projetos de pesquisa e inovação. Segundo o ministro, os recursos do fundo serão imprescindíveis para a construção do Centro Nacional de Tecnologia de Vacinas, em Belo Horizonte, cujas obras serão iniciadas em 2022.

 

Papel importante da MEI na propagação da cultura de inovação

 

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ressaltou, durante a reunião, que a MEI teve papel importante ao longo do ano na disseminação da cultura e fortalecimento do ambiente de inovação junto às indústrias brasileiras. “As soluções que encontramos para enfrentar este segundo ano de pandemia são uma demonstração da nossa resiliência e da nossa imensa capacidade de vencer as adversidades”, disse. “Os resultados alcançados até agora mostram que devemos prosseguir com o trabalho em defesa de uma agenda consistente de apoio à inovação no Brasil. Isso é fundamental para a recuperação da economia e para a volta do crescimento sustentado”, acrescentou.

 

Robson Andrade observou também que a CNI e a MEI tiveram atuação decisiva na articulação para a admissão do Brasil como Estado-Membro Associado da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), um dos maiores e mais avançados centros de pesquisa do mundo. Com o voto favorável dos 23 Estados-membros, o conselho do CERN aprovou a admissão do Brasil, abrindo caminho para a formalização de acordos com países que fazem parte da instituição.

 

“O estreitamento dos laços com o CERN deve impulsionar projetos que já vêm sendo desenvolvidos em parceria com o Brasil, como os que envolvem o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, o CNPEM, por meio do Sirius, e criar oportunidades em novas áreas de interesse da indústria brasileira”, afirmou o presidente da CNI.

 

Presente à reunião, o diretor de Finanças e Recursos Humanos do CERN, Raphael Bello, fez uma apresentação sobre as oportunidades para a indústria diante do ingresso do Brasil como membro do CERN. “O Brasil tem um vasto setor industrial, com empresas líderes em áreas relevantes para o CERN, como eletrônica, mecânica, distribuição e controle de energia, sistemas de refrigeração e gás, além de empresas de extração e transformação de metais relevantes”, disse. “Com a coordenação nacional apropriada e o aproveitamento das plataformas e conexões nacionais existentes, a indústria brasileira tem comprovado potencial para parcerias industriais e compras no CERN”, completou.

 

Especialista inglesa defende investimentos públicos em inovação

 

A reunião também contou com a presença da economista e pesquisadora Carlota Perez, da Universidade de Sussex, no Reino Unido. Ela ressaltou a importância do Estado para alavancar investimentos do setor privado em CT&I e defendeu que a América Latina, em especial o Brasil, almejem estratégias mais ousadas de desenvolvimento baseadas na inovação. “Vejo uma janela de oportunidade múltipla disponível para os países que podem construir capacidades técnicas e que possuem recursos naturais abundantes e grande biodiversidade, o que é o caso do Brasil”, pontuou.

 

O CEO da GranBio, Bernardo Gradin, apresentou a agenda da MEI voltada para inovação e sustentabilidade. Ele observou que o mercado tem cada vez mais cobrado um consumo sustentável. “Para que as nossas empresas cresçam precisamos aproveitar uma nova onda de inovação verde”, frisou. Gradin estará à frente do Grupo de Trabalho de Inovação e Sustentabilidade da MEI, que será constituído em 2022. “O Brasil pode liderar a transição energética e a indústria tem papel fundamental para nos conduzir a uma economia de baixo carbono”, alertou.

 

Balanço positivo de 2021

 

Durante esta que foi a última reunião de líderes da MEI de 2021, o presidente do Conselho de Administração da Ultrapar e líder da MEI, Pedro Wongtschowski, fez um balanço das ações realizadas pela MEI ao longo do ano. Ele mencionou o trabalho de cada grupo de trabalho e as agendas de políticas e governança realizadas pela MEI, que é coordenada pela CNI e reúne mais de 300 das principais lideranças empresariais do país.

 

Wongtschowski também apresentou um calendário para 2022, com destaque para o 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, que será realizado nos dias 9 e 10 de março, em São Paulo. “A MEI continua prestando um ótimo serviço ao país. Dessa forma, a CNI ajuda as empresas brasileiras a se modernizarem e a incorporaram a inovação ao seu processo, o que é fundamental para que sobrevivam e tenham planos de longo prazo”, destacou.

 

 

Pesquisa: Produtividade na indústria volta ao nível mais baixo desde o início da pandemia

A produtividade do trabalho na indústria no terceiro trimestre de 2021 retornou ao patamar do segundo trimestre de 2020, momento mais grave para economia da crise causada pela pandemia de Covid-19. O indicador que mede a relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção caiu 1,3% em relação ao segundo trimestre do ano, na série livre de efeitos sazonais, mostra o estudo Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

A pesquisa revela que o volume produzido no terceiro trimestre de 2021 recuou 1,9% em relação ao segundo trimestre deste ano. Já as horas trabalhadas caíram 0,6% na mesma base de comparação. A produtividade está em queda desde o último trimestre de 2020. Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, último trimestre de alta do indicador, a perda acumulada chega a 7,6%.

 

As quedas consecutivas refletem o ambiente de elevadas incertezas, prejudicial ao investimento e, consequentemente, à recuperação da produtividade, explica a gerente de política industrial da CNI, Samantha Cunha. No curto prazo, pesam dificuldades como a falta de insumos e a pressão sobre os custos de produção.

 

De acordo com o estudo, 2021 será o segundo ano consecutivo de recuo da produtividade, que deve cair mais de 2%. A maior queda registrada pelo indicador desde o início da série histórica, em 2000, foi de 2,2%, em 2008, ano marcado pela crise financeira global.

 

Apesar do cenário desafiador para os próximos meses, a perspectiva é de melhora no longo prazo, devido às oportunidades ligadas à digitalização e a transição para uma economia mais sustentável.

 

Preço do trigo dispara e ameaça impactar custo de pão e macarrão em 2022

A safra brasileira de trigo já está terminando. No Paraná, o maior produtor do cereal no país, a colheita já foi encerrada e a produção chegou a 3,2 milhões de toneladas, 1% a mais que no ano passado, conforme estatísticas do Departamento de Economia Rural (Deral/PR). Já em São Paulo, o clima atrapalhou, e a safra de trigo deve ser de 250 mil toneladas. Em 2020, foi de 310 mil toneladas, o que dá uma queda de 19%.

 

Ainda assim, o Brasil, neste ano, deve colher a sua maior safra de trigo, projetada em 7,9 milhões de toneladas, incrementada por produções no Cerrado e no Ceará. No ano passado, foi de 6,2 milhões de toneladas (alta de 27%).

 

Mas, para atender a demanda interna por trigo, em torno de 12 milhões de toneladas, conforme informações da Associação Brasileira das Indústrias de Trigo (Abitrigo), o país precisa importar o cereal da Argentina, Canadá e Estados Unidos, em torno de 5 milhões de toneladas. E essa dependência do trigo vindo de fora pode prejudicar os preços no ano que vem.

 

Preços lá fora sobem quase 36%

 

No mercado internacional, o preço do trigo disparou, já que grandes produtores como o Canadá vão ter uma safra menor, devido a problemas climáticos. Um relatório da consultoria Radar Agro, do Itaú, apontou que as cotações do trigo não são tão altas desde 2012.

 

“O balanço global de trigo para a safra 2021/2022, projetado no início da safra apontava para um cenário confortável, mas passou a ser um dos mais apertados da década”, afirmaram os consultores da Radar. E esse aperto foi justificado pelas intempéries climáticas que atingiram as lavouras do Hemisfério Norte.

 

Agora, com a projeção de quebra dessas safras, a demanda mundial pelo cereal crescendo (além do consumo da população, as fábricas de ração estão utilizando o trigo para substituir o milho nos seus produtos), a alta nos preços dos insumos (fertilizantes e defensivos), e a perspectiva de que essa situação levará a uma diminuição nos estoques, as cotações já têm valorização em torno de 36%.

 

Por isso, o pãozinho e a farinha, em 2022, podem ficar mais caros. “As indústrias não devem passar todo o reajuste aos consumidores, porque eles já estão apertados, mas um pequeno repasse no preço da farinha deve ocorrer”, disse Rubens Fonseca, presidente da Abitrigo.

 

Segundo ele, essa situação de dependência dos preços do exterior só será revertida quando o país reduzir a vulnerabilidade na importação. O levantamento da Radar apontou que, desde julho, o primeiro contrato realizado na Bolsa de Valores de Chicago (CBOT), saiu de US$ 6,1 por bushel (o bushel do trigo equivale a 27,216 quilos) para US$ 8,25 por bushel atualmente, uma alta de 36% no período. Já os contratos de 2023 apresentam valorização ao redor de 20%.

 

Conforme os consultores do Itaú, os preços podem subir mais porque já circula no mercado, informações de que a Rússia quer aumentar as taxas de exportação do cereal em seus portos.

 

“O Brasil, como tomador de preços (a produção brasileira de trigo não influencia nas cotações internacionais) e com a necessidade de importar quase metade do consumo doméstico, sente o impacto dos preços internacionais e do câmbio local enfraquecido”, apontou. “Mesmo com essa produção recorde na safra corrente, o produtor capitalizado e com capacidade de armazenamento não teve necessidade de ofertar grandes volumes do cereal ao mercado, o que poderia gerar uma pressão nos preços”.

 

Ainda de acordo com a Radar, a indústria, que sazonalmente aproveita o momento da colheita para recompor estoques, se vê em um ambiente desafiador de aquisição de matéria-prima. “Se, por um lado o produtor restringe a oferta para tentar controlar os preços, por outro o consumidor segue fragilizado, com o seu poder de compra diminuído pelo momento econômico atual”, informou o boletim mensal da Radar Agro.

 

Safra argentina pode ser recorde, mas preço se mantém alto

 

Os produtores da Argentina já colheram por volta de 40% da área cultivada com trigo e a produção deve somar 19,9 milhões de toneladas, segundo informações da Bolsa de Cereales. Essa pode ser a melhor safra do país. Em 2020, foram 16,8 milhões (alta de 18,5%).

 

“Ainda que seja recorde, os compradores globais estão ávidos pelo cereal e qualquer disponibilidade será bem-vinda, por isso, os preços nos principais portos exportadores têm movimentos similares ao das bolsas ao redor do mundo”, informaram os consultores da Radar Agro.

 

As cotações futuras do cereal a ser entregue em 2022 já estão cotadas acima de US$ 320 por tonelada (FOB), segundo o Ministério da Agricultura Argentino, alta de 24,4% quando comparado aos preços praticados no início de julho.

 

 

“Não há hipótese alguma de racionamento ou apagão por falta de energia”, diz Ministro

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou qualquer risco de desabastecimento elétrico ou de apagão no país, por conta da crise hídrica dos reservatórios. Segundo o ministro, tirando causas meteorológicas externas, não haverá racionamento por falta de energia.

 

“Não há hipótese alguma de racionamento ou apagão por falta de energia. Pode ser por conta de um raio, de uma tempestade, mas não por falta de energia. É isto que nós estamos trabalhando, há mais de ano, para garantir aos consumidores brasileiros”, afirmou o ministro, durante a inauguração do novo laboratório do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) da Eletrobras, em Nova Iguaçu (RJ).

 

Bento Albuquerque disse que o país atravessa a pior crise hídrica dos últimos 90 anos, com falta de chuvas sobre os principais reservatórios, mas ressaltou que o setor elétrico soube trabalhar para superar o problema: “Não há risco de desabastecimento de energia de forma alguma, mas eu entendo que o uso racional da energia tem que fazer parte da nossa educação e da nossa cultura.”

 

Usina nuclear

 

Em entrevista aos jornalistas após a inauguração do laboratório, o ministro também falou sobre a possibilidade de construção de uma quarta usina nuclear no país, que hoje tem Angra 1 e 2 e está em vias de concluir Angra 3.

 

Ele não definiu onde seria construída a próxima usina, podendo ser na Região Sudeste ou mesmo no Nordeste, mas frisou que ela será de uma nova geração, menor, mais eficiente e mais segura que as atuais.

 

Segundo Albuquerque, o estudo sobre o assunto deverá estar pronto para ser apresentado no Plano Decenal, no início de 2022.

 

Carros elétricos

 

Bento Albuquerque falou também sobre a tendência de eletrificação da frota de veículos, que está sendo acelerada em vários países, principalmente os europeus, pelas montadoras, que pretendem fabricar basicamente carros elétricos entre 2025 e 2030.

 

Porém, o ministro destacou que países de grandes extensões podem adotar modelos híbridos de motorização. “A eletrificação faz parte da realidade de cada país. Um determinado país pode dizer que terá toda sua frota elétrica. Em um país continental, como Brasil, Índia, China ou Estados Unidos, a eletrificação não ocorre em anos. Ela poderá ocorrer em décadas. O Brasil é privilegiado pela abundância de fontes energéticas renováveis e limpas. Temos o maior programa de bioenergia do mundo, que é baseado em biocombustíveis, e eles serão fundamentais”, disse.

 

Laboratório

 

O novo centro de pesquisas do Cepel, chamado Laboratório de Smart Grids, é um dos primeiros do gênero no país e recebeu investimentos da ordem de R$ 20 milhões, provenientes da Eletrobras, Petrobras e do Projeto META (MME e Banco Mundial).

 

O laboratório, localizado na Unidade Adrianópolis, em Nova Iguaçu, permitirá inúmeras opções de pesquisa e prestação de serviços, trazendo benefícios concretos às empresas do setor de energia e contribuindo para o avanço tecnológico do Brasil, dentro do atual contexto de transição energética. Garantirá experiências práticas, antes realizadas apenas em modelos teóricos, e maior confiabilidade para o sistema elétrico nacional, disse o diretor-geral do Cepel, Amilcar Guerreiro.

 

“Vai ajudar na avaliação do comportamento dos novos elementos que surgem na rede, em função da geração distribuída, do armazenamento distribuído de energia. Este laboratório vai permitir isso. Tem a capacidade de analisar elementos com uma potência mais alta. Painéis fotovoltaicos, um inversor com potência alta, este laboratório é capaz de fazer o ensaio, de avaliar a performance desses equipamentos”, explicou o diretor do Cepel.

 

 

AGÊNCIA BRASIL