Brasil precisa formar mais de 77 mil técnicos industriais em 2023, diz Mapa de Trabalho

 

Há expectativa de crescimento do emprego industrial neste ano e profissionais de nível técnico estão entre os que vão ter maior aumento na demanda por formação. O Brasil vai precisar capacitar mais de 77 mil técnicos em 2023 para atuar nas oportunidades de base industrial.

 

Assim, as vagas nesse nível de formação vão chegar, ao todo, a 2,2 milhões de postos de trabalho, o que representa cerca de 18,4% do total do emprego industrial no país. A análise foi feita pelo Observatório Nacional da Indústria, hub de dados do Sistema Indústria, com base no Mapa de Trabalho Industrial 2022-2025.

 

Os cursos técnicos têm duração média de um ano e meio, podendo chegar a dois anos, e o pré-requisito é o aluno estar cursando ou já ter o ensino médio completo. Eles preparam o indivíduo para o exercício de uma profissão por meio de uma metodologia de ensino bastante prática e voltada para o mercado de trabalho.

 

Áreas com maior número de novas vagas

 

Em 2023, as áreas com maior abertura de novas vagas e demanda por técnicos são: Logística e transporte, Metalmecânica, Transversais (engloba profissionais que atuam em pesquisas, segurança do trabalho e desenhistas técnicos, por exemplo), Eletroeletrônica, Tecnologia da Informação e Construção.

 

O gerente-executivo do Observatório, Márcio Guerra, explica que a projeção do emprego setorial considera o contexto econômico, político e tecnológico. Um dos diferenciais é a projeção da demanda por formação a partir do emprego estimado para os próximos anos. Além da conjuntura, são levadas em conta as estimativas das taxas de difusão das novas tecnologias nas empresas e das mudanças organizacionais nas cadeias produtivas.

 

“O que observamos é que mesmo os setores mais tradicionais, como construção e metalmecânica, continuam demandando muitos técnicos, e que as mudanças tecnológicas já estão impactando o perfil do profissional, com o crescimento de áreas como TI e eletroeletrônica”, avalia Guerra.

 

Já a logística ganha destaque porque muitas empresas precisaram se reinventar durante a pandemia no processo de distribuição de mercadorias e acesso aos insumos. “A pandemia exigiu do setor industrial uma nova forma de organização da cadeia produtiva. São profissionais que monitoram dados e informações para garantir que o processo produtivo tenha menor custo e melhor entrega”, resume.

 

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) é a principal instituição formadora em ocupações industriais no país. Para que o portfólio e o currículo dos cursos estejam em sintonia com as demandas por mão de obra do setor produtivo, a instituição desenvolveu a metodologia do Mapa do Trabalho Industrial, referência mundial em estudo prospectivo do mercado de trabalho.

 

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