Produção e exportação de veículos superaram as previsões em 2022

 

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) divulgou, ontem (6), o balanço do setor automotivo em 2022, com números positivos de produção e exportação, e de estabilidade nas vendas. “Depois de um primeiro quadrimestre muito difícil em função da falta de semicondutores, o setor acelerou o ritmo e conseguiu atender parte da
demanda reprimida nos mercados interno e externos”, afirmou o Presidente
Márcio de Lima Leite.

 

Produção

 

Com as 191,5 mil unidades que deixaram as linhas de montagem
em dezembro, o ano fechou com 2,37 milhões de unidades, alta de 5,4% sobre
2021 – acima dos 4% que a ANFAVEA previa. Contribuiu para isso a sensível
redução nas paralisações de fábricas no segundo semestre, com uma melhora
parcial no fluxo de componentes eletrônicos. Para este ano, a expectativa é de
um aumento de 2,2% na produção de autoveículos, com 2,42 milhões de
unidades. Espera-se alta de 4,2% para automóveis e comerciais leves e queda
de 20,4% para caminhões e ônibus. O segmento de pesados será impactado
pela mudança da regra de emissões para o Proconve P8, que deve provocar um
inevitável reajuste de preços.

 

Mercado interno 

 

Mantendo a tradição, dezembro foi o mês de maior volume
de vendas no ano, com 216,9 mil unidades licenciadas, superando em 4,8% o
mesmo mês do ano passado. O acumulado chegou a 2,104 milhões de unidades,
apenas 0,7% abaixo do acumulado de 2021, confirmando o quadro de
estabilidade que já era previsto pela ANFAVEA desde a metade do ano.

 

Automóveis e ônibus tiveram melhor desempenho que no ano anterior, mas a
queda de caminhões e comerciais leves puxou para baixo o resultado geral. Para
2023, a entidade projeta vendas de 2,17 milhões de autoveículos, uma alta de
3% sobre 2022. Mais uma vez, os leves deverão puxar o número, com elevação
estimada em 4,1%, ante queda de 11,1% dos veículos pesados.

 

Exportações 

 

Este foi o indicador mais positivo da indústria automotiva em
2022. A ANFAVEA já projetava uma alta de 22%, mas os 480,9 mil autoveículos
exportados no ano representaram um crescimento de 27,8% sobre 2021. O que
não deixa de ser surpreendente, dadas as restrições de comércio exterior
impostas pela Argentina em crise, nosso maior parceiro comercial.

 

Em contrapartida, o sensível crescimento dos embarques para todos os outros
mercados latino-americanos, em especial México, Colômbia e Chile, permitiram
esse bom resultado no ano. Em valores, as exportações tiveram alta ainda maior,
de 37,6%, por conta do envio mais significativo de veículos com maior valor
agregado, como SUVs, caminhões e ônibus. Para 2022, a expectativa é de
ligeira queda de 2,9% ainda puxada pela Argentina. A ANFAVEA estima
exportação total de 467 mil unidades.

 

Expectativas 

 

Na primeira coletiva de imprensa de 2023, o presidente da
ANFAVEA destacou que o Brasil tem uma série de lições de casa a serem feitas
para que o mercado deixe de andar de lado como nos últimos anos. “A questão
do crédito é o tema mais urgente a ser atacado. Precisamos de juros mais baixos
para atrair mais compradores para os veículos novos, sobretudo os modelos de
entrada. Além disso, temas como a reindustrialização e a descarbonização nos
impõem desafios e oportunidades. Vamos continuar mantendo o diálogo com os
novos governantes em nível federal e estadual, além dos parlamentares, de
forma a contribuir para o fortalecimento da nossa indústria ante uma conjuntura
global cada vez mais competitiva”, destacou Márcio de Lima Leite.

 

Fonte: ANFAVEA

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